Diário do Grande ABC
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC está iniciando discussões com entidades empresariais do setor automotivo para reivindicar, junto ao governo, a segunda fase do programa federal Inovar-Auto. Segundo o presidente do sindicato, Rafael Marques, a primeira reunião de trabalho, com representantes da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico) e outras, deve ocorrer dentro de dez dias.
A primeira etapa do Inovar-Auto, que se encerra em 2017, estipulou benefícios fiscais para montadoras estabelecerem fábricas no País. Isso porque, entre outras regras, fixou que, para veículos que não tivessem 60% de conteúdo nacional (ou seja, esse percentual de componentes produzidos no Brasil), a alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) ganharia acréscimo de 30 pontos percentuais. Marques destacou que o Inovar-Auto estimulou a produção local e colaborou para reduzir a participação dos carros importados no mercado nacional.
Desde 2012, quando o decreto foi publicado, veículos trazidos do Exterior foram diminuindo gradativamente sua fatia das vendas totais do setor no Brasil: correspondiam a 20,7% naquele ano e, em 2015, chegaram a 16,3%. No entanto, o dirigente avalia que o setor de autopeças precisa receber mais atenção, para garantir que as empresas desse ramo tenham mais competitividade e também para atrair companhias com novas tecnologias, por exemplo, componentes eletrônicos.
“No fim do ano passado, foi regulamentada a rastreabilidade (obrigando as montadoras a fornecerem ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio as características e os valores dos componentes usados na produção de veículos), mas a crise atrapalhou esse processo e o acompanhamento ainda é incipiente”, diz. (Diário do Grande ABC/Leone Farias)