Jornal do Carro
Alguns anos atrás era impossível usar o termo conectividade relacionado a carros, mas agora trata-se de algo natural, que tende a evoluir da atual conexão do veículo com aparelhos, como os smartphones para sistemas interligados. E esse futuro já tem prazo: cinco anos.
No início dos anos 2000 surgiram os veículos com Bluetooth, tecnologia de conexão sem fio entre o sistema de som e o celular, que permite, por exemplo atender e fazer ligações. À época, isso era o ápice.
Atualmente, Google e Apple, duas gigantes da tecnologia digital, elevaram o padrão de conectividade a outro nível. A mágica foi criar versões automotivas – AndroidAuto e CarPlay – de seus sistemas operacionais (Android e iOS, respectivamente) para as centrais multimídia veiculares.
Assim, passou a ser possível conectar o smartphone a esses programas e acessar, por meio da central, os aplicativos do dispositivo móvel, além de oferecer outras funções, como ouvir e ditar mensagens de texto.
Por enquanto, apenas a família VW Fox oferece o sistema (ao preço inicial de R$ 2.180) no País. A solução está disponível a partir da versão Comfortline, que parte de R$ 46.100.
Nuvem é o próximo nível. Já é possível conectar dispositivos a sistemas do carro, mas em breve o veículo irá se conectar a outros meios, como as estradas inteligentes e carros. Assim, será formada uma grande rede de dados.
Tudo faz parte do desenvolvimento do veículo autônomo, cujo ponto fundamental é o sistema de armazenamento em nuvem, no qual os dados são acessados de qualquer lugar.
Só assim será possível fazer a interligação e a troca de informações. Seja para obter a rota ou um modo de condução que permitirá ganhos como a redução do número de acidentes e também de congestionamentos, já que o fluxo das vias será ajustado em tempo real.
A alemã ZF, por exemplo, trabalha com um sistema de nuvem no qual os veículos autônomos “aprenderão”, utilizando dados trocados por vários carros, a manter a velocidade ideal. Isso reduzirá frenagens e acelerações – e também o consumo de combustível e o desgaste de componentes.
O DriveMe, programa de carros autônomos da Volvo, vem testando soluções de conectividade em uma frota de 1.000 veículos que roda em dois países, Suécia e Noruega.
Interação com ambiente. Por meio de uma conexão em nuvem, há troca de informações entre o carro e a estrada, que alerta sobre o risco de piso escorregadio ou a existência de veículo com o pisca-alerta ligado, o que pode indicar problemas na via. O veículo também poderá avisar à concessionária da rodovia sobre a existência, por exemplo, de gelo na estrada para que a empresa faça a manutenção mais adequada.
Google e Land Rover desenvolvem sistemas de “leitura de buracos”. Por meio de sensores o sistema “lê” os impactos das rodas contra defeitos na pista, mapeia a localização e a envia à nuvem, para ser compartilhada com outros carros. (Jornal do carro)