Nissan Leaf será feito no Brasil

Jornal do Carro

 

A Nissan vai produzir o elétrico Leaf em sua fábrica em Resende, no Rio de Janeiro. A montadora já havia assinado um acordo com o governo do Rio de Janeiro em 2013, em que pretendia viabilizar estudo para a produção de veículos com emissão zero no País. No entanto, depois de a Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado aprovar a isenção por até 10 anos do Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos “verdes”, a marca confirmou a empreitada, que já tem até data. Em um primeiro momento, a partir de 2017, o hatch seria montado em regime CKD, com peças vindas de fora. Já em 2020 aconteceria a nacionalização do Leaf.

 

De acordo com o porta-voz da marca, João Velozo, a ideia da Nissan é refazer o estudo da produção do Leaf, considerando a isenção do governo, que deve reduzir entre 25% e 30% o preço final do carro “verde”. “Precisamos entender o mercado. O dólar aumentou muito (…) Ainda não dá para definir preço final ou volume na fábrica”, diz o executivo, quando questionado sobre valores e unidades produzidas. A planta da Nissan em Resende opera em capacidade parcial, mas a produção anual de veículos pode chegar às 200 mil unidades. De lá já saem os compactos March e Versa.

 

Com 4,45 metros de comprimento, 1,77 m de largura, 1,55 m de altura e 2,70 m de distância entre-eixos, o Nissan Leaf é equipado com um sistema elétrico e baterias íons de lítio de 24 kWh. A potência máxima do hatch é de 110 cv e o torque, instantâneo, de 28,6 mkgf. A aceleração de 0 a 100 km/h é cumprida em 11,9 segundos, enquanto a velocidade máxima anunciada é de 145 km/h. Sua autonomia é de até 170 km e é preciso esperar oito horas para a recarga completa, em uma tomada de 220 volts. Nos Estados Unidos, onde é vendido desde 2010, o preço sugerido é de US$ 29.010, algo em torno de R$ 110 mil.

 

A Toyota é outra que irá se beneficiar da isenção. A empresa japonesa aguarda que sejam aprovados os benefícios para dar início à produção do Prius na fábrica de São Bernardo do Campo (SP). O modelo, assim como o Leaf da Nissan, seria montado em regime de CKD, vindo em kits do Japão e montado aqui com o índice de nacionalização mínimo.

 

Entenda a isenção. De autoria do senador Eduardo Braga (PMDB-AM), o projeto de lei 174 agora vai para avaliação da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Pelo mesmo período, a cobrança do imposto sobre equipamentos para recarga das baterias está suspensa.

 

No texto da lei, está previsto também que partes e acessórios importados, sem similar nacional, para a fabricação dos veículos no País se beneficiem da lei. Em caso de desenvolvimento de peça similar de fabricação nacional, o benefício cai.

 

Os benefícios são abrangentes e servem para carros de passeio, de transporte de carga e os de uso especial, como caminhões-guindastes, veículos de combate a incêndios e betoneiras.

 

Parte da CMA, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) apresentou uma emenda para estender os benefícios a veículos que utilizem ao menos 30% de biodiesel misturado ao combustível de composto fóssil. Segundo ela, se houver benesses, haverá mais interesse em desenvolver materiais como os anéis de vedação dos motores, que hoje não podem trabalhar em motores com mais de 20% de Biodiesel. (Jornal do Carro)