O Estado de S. Paulo
A montadora de caminhões MAN Latin America mudou seu plano de reajuste de preços e decidiu adotar um aumento de 2% em novembro e uma segunda alta de 5,5% em janeiro, informou ontem o presidente da empresa, Roberto Cortes. “Precisamos gerar caixa para financiar o nosso plano de investimentos até 2017, que é de R$ 1 bilhão”, afirmou. Antes, a montadora pretendia realizar um aumento único de 7,5% em janeiro.
Além disso, a montadora prevê outros dois aumentos, ambos de 7,5%, no ano que vem. Segundo Cortes, as medidas têm o objetivo de aliviar o avanço dos custos, puxado principalmente pela inflação e depreciação do câmbio. “Sabemos que corremos o risco de perder me recado, mas precisamos de caixa”. O executivo afirmou que, com uma queda de quase 50% nas vendas do segmento de caminhões em 2015, a empresa tem registrado prejuízo.
Disse ainda que negocia com os funcionários a adesão ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que prevê redução de jornada e de salários, com metade da perda salarial compensada pelo governo federal. “Se fecharmos, todos os 4 mil funcionários entrarão no programa, evitando 1,4 mil demissões”.
A proposta feita ontem aos trabalhadores, de redução de 20, contudo, não foi aceita pelos trabalhadores e as partes voltam a negociar hoje.
A intenção da MAN é aplicar PPE a partir de janeiro, já que em dezembro termina acordo semelhante que a montadora fez com os funcionários, sem auxílio oficial. (O Estado de S. Paulo/André Ítalo Rocha)