Brasil tenta recuperar o tempo perdido

O Estado de S. Paulo

 

Depois de anos sem fechar acordos comerciais de grande envergadura, o Brasil tenta recuperar o tempo perdido retomando uma agenda de negociações bilaterais para os próximos meses.

 

A estratégia de acesso a mercados foi fixada no Plano Nacional de Exportação (PNE) lançado no final de junho. A frente de ação de curto prazo prevê a conclusão de negociações em curso, a antecipação de cronogramas já fixados e a ampliação da cobertura de acordos em vigor.

 

“O Brasil não está parado e estamos trabalhando com muita energia”, afirmou o secretário de Comércio Exterior do ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Daniel Godinho.

 

Os acordos, no entanto, devem ser mais abrangentes envolvendo não apenas questões comerciais (como a retirada do Imposto de Importação), mas também áreas como facilitação de investimentos, compras governamentais, propriedade intelectual e remoção de barreiras não tarifárias.

 

Estão atualmente em curso negociações para antecipar a entrada em vigor dos acordos comerciais do Brasil com a Colômbia e o Peru, além de uma ampliação na lista de produtos no acordo com o México.

 

O governo trabalha para que a entrada no livre comércio seja antecipada de 2018, conforme previsto no acordo em vigor, para 2016. A comitiva brasileira, liderada pela presidente Dilma Rousseff, esteve na sexta­feira em Bogotá, mas o anúncio acabou não ocorrendo. Por enquanto, Brasil e Colômbia fecharam apenas um acordo automotivo por um período de oito anos.

 

Canadá. Além disso, o governo está fazendo uma consulta pública aos empresários para coletar informações sobre os interesses do setor privado no mercado canadense.

 

A partir daí, o Brasil espera iniciar conversas com o Canadá. Mas a prioridade é fechar as negociações entre Mercosul e União Europeia.

 

O governo brasileiro acredita que a troca de ofertas – quando cada bloco apresentará a lista de produtos e setores envolvidos – ocorrerá até o fim deste ano.

 

“Fechar um acordo com a União Europeia se tornou mais importante e oportuno depois do anúncio da semana passada do TPP (acordo assinado entre os Estados Unidos e mais 11 países banhados pelo Oceano Pacífico na semana passada)”, disse Godinho. (O Estado de S. Paulo/Renata Veríssimo)