Financiamento de veículos pesados tem retração de 52% no Grande ABC

Diário do Grande ABC

 

Fortemente impactado pela crise econômica, o Grande ABC sente mais a retração nos financiamentos de veículos do que outras regiões do Brasil.

 

De acordo com os dados da Cetip, foram comercializados com crédito nas sete cidades nos primeiros oito meses deste ano 79 mil veículos, somando autos leves (automóveis e picapes), motos, pesados e outros (categoria que inclui implementos e carrocerias), contra 95.957 em igual período do ano passado.

 

“Era de se esperar, não me surpreende. O grande foco do problema (da economia) está no Grande ABC, estamos no olho do furacão”, afirma o presidente do Sincodiv-SP (Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado de São Paulo), Octavio Vallejo.

 

Ele se refere às demissões e ameaças de cortes nas montadoras, além da insegurança gerada por instrumentos como lay-off (suspensão temporária de contratos de trabalho) e PPE (Programa de Proteção ao Emprego).

 

“Com o receio de perder o emprego, as pessoas pensam duas vezes antes de entrar em financiamento”, avalia.

 

Caminhões

 

O principal tombo nas vendas financiadas no Grande ABC ocorre nos veículos pesados, segmento em que a retração gira em 52%.

 

No caso dos negócios com zero-quilômetro, o impacto é ainda mais significativo na região: redução de 61%, enquanto com usados houve ligeiro aumento, de 3%. Em todo o País, a redução geral é de 29,4%, com diminuição de 50,2% no número de contratos de novos e queda de 6,2% no de segunda mão.

 

Polo automotivo, a região também concentra, além de fábricas de montadoras e autopeças, grande número de transportadoras, que adiam a decisão de renovar a frota, nesse cenário de crise, também pela menor demanda, segundo os especialistas. (Diário do Grande ABC)