UOL Carros
O novo presidente da Volkswagen, Matthias Müller, anunciou aos trabalhadores da companhia que o grupo revisará todos os investimentos previstos e “cancelará ou adiará os que não forem estritamente necessários”, após o escândalo de manipulação das emissões de poluentes.
“Serei muito claro: isto vai ser doloroso”, disse Müller para os 20 mil funcionários reunidos na sede central de Wolfsburg (Alemanha), na primeira assembleia convocada desde que vazou o escândalo de fraude nos testes de emissão de poluentes em motores à diesel de 11 milhões de veículos.
O plano de eficiência projetado em 2010 por seu antecessor, Martin Winterkorn, que renunciou por causa do escândalo, era investir em pelo menos seis novas fábricas e contratar 370 mil trabalhadores até 2018. Tudo deve ser reajustado, com objetivo prioritário de assegurar o emprego de quem já trabalha no grupo.
No Brasil, em janeiro deste ano, a fabricante havia anunciado planos para investir em “novas plataformas globais” para produção em São Bernardo do Campo (SP), para construir modelos como o Jetta nacional (já lançado) e, possivelmente, a próxima geração do Gol. Curiosamente, a medida visava, à época, a não empreender uma demissão em massa de metalúrgicos da unidade.
Procurada por UOL Carros, a assessoria da montadora informou que, até o momento, não há informações sobre a possibilidade de os cortes anunciados por Müller afetarem o país.
Salvar empregos
Müller prometeu um esclarecimento “rápido e sem cerimônia” de tudo o que aconteceu e garantiu que os 11 milhões de veículos manipulados podem circular sem problemas, já que a “segurança dos clientes da Volkswagen nunca foi colocada em perigo”.
O presidente do comitê da empresa, Bernd Osterloh, informou hoje aos funcionários que o escândalo dos motores manipulados não tem, por enquanto, consequências sobre os postos de trabalho do grupo. Osterloh assinalou que o objetivo é “fazer todo o possível” para manter os empregos. (UOL Carros)