O Estado de S. Paulo/Agências Internacionais
Martin Winterkorn, que deixou o comando da Volkswagen em meio ao escândalo de emissão de poluentes, pode receber uma compensação de até € 60 milhões (US$ 66,9 milhões), dependendo de como a companhia vai calcular sua rescisão.
Winterkorn deixou a VW dias depois de a companhia admitir que manipulou sistematicamente os testes de emissão em seus carros a diesel. Mais de 11 milhões de carros em todo o mundo podem ter sido afetados.
De acordo com o relatório anual da Volkswagen, há duas fontes de compensação de Winterkorn por sua demissão, bem como vantagens, tais como a utilização de um veículo de empresa e o acesso a um fundo de pensão da companhia. Até o final de 2014, ele acumulou neste fundo € 28,6 milhões.
Mas o relatório também prevê uma indenização equivalente a um máximo de dois anos de sua remuneração total.
Em 2014, a remuneração de Winterkorn totalizou € 15 milhões uma combinação de seu salário fixo de € 1,5 milhões e vários benefícios e incentivos, de acordo com o relatório anual da VW.
Os termos exatos da saída de Winterkorn podem variar e depender de como o conselho de administração caracterizar sua partida.
De acordo com as regras previstas no relatório anual da companhia, um membro do conselho que sair antes do final de seu contrato só pode receber a indenização se for identificado que ele não cometeu alguma infração.
A maneira como o conselho de administração da VW interpretar a saída de Winterkorn ainda se mantém incerta.
Investigação. Também nesta quintafeira, 24, a Comissão Europeia (braço executivo da União Europeia) pediu que os governos do bloco realizem investigações sobre quantos carros podem estar no grupo daqueles que tiveram dispositivos instalados para fraudar testes de emissão de poluentes.
“Nós temos de ter um quadro completo de quantos veículos certificados na UE tiveram instalados” esses dispositivos, afirmou a comissão, acrescentando que eles infringem as leis do bloco.
A comissão também pediu que os governos “concordem rapidamente” sobre medidas para garantir que novos modelos de veículo não sejam aprovados no bloco sem passar por testes de emissão “em condições reais de direção e que não possam ser iludidos por aplicativos enganadores”.
A comissária da UE para mercado interno e indústria, Elzbieta Bienkowska, disse que “nossa mensagem é clara: tolerância zero com fraude e cumprimento rigoroso das regras da UE”. Segundo ela, é preciso haver testes de emissões rigorosos com os veículos.
A instituição também afirmou ter solicitado que o assunto fosse discutido durante uma reunião de ministros da Economia e da Indústria do bloco, em 1º de outubro. (O Estado de S. Paulo/Agências Internacionais)