Ações da Volkswagen desabam 17% com escândalo sobre emissão de poluentes

O Estado de S. Paulo/Dow Jones/Reuters

 

As ações da Volkswagen despencaram 17,1% na Bolsa de Frankfurt nesta segunda­feira, 21, diante de acusações de autoridades norte-americanas de que a montadora teria falsificado informações sobre emissões de poluentes. Com o tombo nas ações, a montadora perdeu o equivalente a US$ 15 bilhões em valor de mercado em um único dia.

 

A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos disse na sexta­feira que a maior montadora europeia usou um software para carros a diesel da VW e da marca Audi que enganou reguladores na medida de emissões tóxicas, podendo enfrentar até US$ 18 bilhões em penalidades.

 

Uma reunião do Conselho supervisor na sexta­feira deve discutir uma nova estrutura para a empresa e um alinhamento da administração.

 

Alguns analistas disseram que o presidente­executivo, Martin Winterkorn, deveria deixar o cargo. O executivo disse no domingo “lamentar profundamente” a quebra de regras norte­americanas e ordenou uma investigação externa.

 

“O desastre está além de todas as expectativas”, disse Ferdinand Dudenhoeffer, diretor do Centro de Pesquisa Automotiva da Universidade de Duisburg­Essen.

 

Winterkorn, que recentemente enfrentou um desafio à sua autoridade com a saída do presidente do Conselho de Administração Ferdinand Piech, dirigiu a marca VW entre 2007 e 2015, incluindo o período de seis anos quando se descobriu que alguns de seus modelos violaram regras norte­americanas de limpeza do ar.

 

Depois das acusações, o governo da Alemanha informou que vai investigar os testes de emissão de poluentes da montadora na Europa.

 

Já a Comissão Europeia afirmou que está em contato com a montadora, a Agência de Proteção Ambiental e o Conselho de Recursos Aéreos da Califórnia para ter acesso a mais informações sobre as alegações.

 

A comissão disse que já vem trabalhando para detectar discrepâncias substanciais entre as emissões de poluentes mostradas nos testes e a emissão real dos veículos. Novos procedimentos vão entrar em vigor em janeiro e levarão em conta não só os testes laboratoriais, mas também as emissões nas estradas, afirmou a porta­voz da comissão, Lucia Caudet. (O Estado de S. Paulo/Dow Jones/Reuters)