Scania e G10 desenvolvem cavalo 8×2

Carga Pesada

 

A Scania apresentou nesta quarta-feira (29) na fábrica de São Bernardo do Campo o seu cavalo mecânico R 440 na versão 8×2 com capacidade para 54,5 t de PBTC e 37 t de carga líquida. Desenvolvido em conjunto com o Grupo G10 de Maringá (PR), ele roda com carreta de três eixos e se encaixa entre a composição “vanderleia” (tração 6×2, carreta de três eixos espaçados e capacidade para 53 t) e o bitrem (o famoso sete eixos, tração 6×4, com duas carretas de dois eixos e capacidade para 57 t).

 

Mas o 8×2 leva algumas vantagens em relação a estas duas composições, sobretudo no transporte de grãos, daí a importância deste lançamento: tem uma produtividade maior que o bitrem de 9 eixos que depende de AETs (Autorizações Especiais de Trânsito) para rodar e só pode operar durante o dia. Além disso, por ser articulado, o bitrem tem restrições em tombadores para descarga de grãos. E, finalmente, tem muito menos arraste que o provocado pelos eixos espaçados da “vanderleia”.

 

Foram mais de nove mil horas de trabalho de uma equipe de 25 engenheiros da Scania que se deslocou para a concessionária P.B. Lopes de Maringá (PR) onde os testes e ajustes técnicos foram feitos, visando a homologação do novo modelo.

 

Desde que, em janeiro de 2011, a Resolução 201 do Contran obrigou a usar cavalo (novo) com tração 6×4 para puxar bitrem, alguns transportadores começaram a procurar alternativas, o Grupo G10 entre eles. Não queriam pagar os R$ 40 mil na época (hoje R$ 20 mil) a mais pelo equipamento, ao fazer renovação de frota, e viram que os custos operacionais eram mais altos. O 8×2 tem a mesma capacidade de carga do bitrem tradicional, anterior a esta legislação, com tração 6×2, e a vantagem de não ser articulado.

 

“Levamos em conta a relação custo benefício quando escolhemos o 8×2. O consumo de combustível é de 6 a 8% menor que no bitrem com cavalo 6×4 e o custo de aquisição também é menor”, comparou Valdecir Adamucho, diretor do G10, durante o lançamento.

 

Com uma frota de 1600 caminhões, atualmente o G10 possui 200 conjuntos 8×2 rodando com adaptações feitas na ATDL (concessionária Randon) e Germani (concessionária Librelato), ambas em Maringá (PR).  Além do custo de cerca de R$ 35 mil, em média, cada caminhão adaptado em oficina independente leva pelo menos 30 dias para ser homologado, sem contar o tempo de trabalho para inclusão do quarto eixo.

 

Com garantia de fábrica e a possibilidade de ser totalmente financiado, o novo 8×2 da Scania tem maior agilidade em manobras, principalmente em portos e centros de distribuição, usa menos pneus e paga menos pedágio que o bitrem. Conta ainda com levantadores dos dois eixos do cavalo mecânico e da carreta e balança eletrônica integrada, que permite ao motorista ver no painel a informação precisa da distribuição do peso nos eixos.

 

Para suportar o aumento de carga sobre o cavalo 8×2, a quinta roda utilizada é a mesma dos rodoviários 6×4, que tem capacidade de 24 t. No novo modelo Scania, a altura da quinta roda sobe em comparação ao 6×2, para evitar o contato do chassi com o implemento em situações de trafego por terrenos irregulares ou em rampas de acesso.

 

“Estamos trazendo um modelo com 100% de garantia de fábrica para o quarto eixo, com todas as suas vantagens e sem nenhum tipo de adaptação”, explicou Victor Carvalho, diretor de Vendas de Caminhões da Scania no Brasil. (Carga Pesada)