Folha de S. Paulo
O aumento de mais 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), anunciado na última quartafeira (29) pelo Banco Central, foi visto como um certo exagero em outras áreas do governo.
A afirmação da instituição de que pretende manter agora a taxa inalterada por um período “suficientemente prolongado”, no entanto, foi vista como um sinal de que a economia brasileira terá um alívio a partir de agora.
Um ministro disse à Folha que a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) é um tiro enorme em uma economia já frágil, mas deixar a taxa estacionada dá fôlego para a combalida economia brasileira neste segundo semestre de 2015.
Apesar de acharem exagerado o aumento, integrantes do governo reconhecem que o Banco Central não tinha muito o que fazer, considerando o desempenho das contas públicas até agora e a forte redução da meta fiscal anunciada na semana passada.
Decisão
Uma semana depois de o governo anunciar uma redução substancial na sua meta de economia para reduzir a dívida pública, o BC elevou a taxa básica para 14,25% ao ano, a maior em nove anos.
Foi o sétimo aumento consecutivo. Antes da reeleição da presidente Dilma Rousseff, a taxa estava em 11% ao ano.
No comunicado da decisão, o Copom afirmou que os juros devem permanecer nesse novo patamar “por período suficientemente prolongado” para garantir a convergência da inflação para a meta no fim de 2016.
Outro fator que contribuiu para que o BC elevasse novamente os juros foi a alta do dólar nos últimos dias. (Folha de S. Paulo/Natuza Nery)