Venda de caminhões novos registra queda de até 45% em Minas Gerais

Diário do Comércio

 

A retração da economia brasileira derrubou a venda de caminhões novos nas concessionárias do Estado. E provocou a queda no consumo de óleo diesel em Minas Gerais, confirmando a forte desaceleração no setor de transporte de cargas, tradicional termômetro da economia, uma vez que reflete o escoamento da produção de praticamente todos os segmentos da indústria e do comércio.

 

Na Cardiesel, revenda da marca Mercedes-Benz instalada em Belo Horizonte, as vendas de caminhões zero quilômetro caíram de 40% a 45% no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2014. “A situação está bem complicada e já iniciamos a redução no quadro de funcionários”, lamentou o gerente de vendas da empresa, Antônio Lima.

 

Segundo ele, a concessionária já fez três “feirões” neste ano com preços promocionais para tentar aquecer os negócios. Mas, mesmo assim, o resultado não foi capaz de reverter o quadro de retração. “Estamos tentando trabalhar com alguns nichos de mercado, como as vendas no varejo, mas está difícil”, disse.

 

Lima explicou que o perfil da economia mineira, com fortes vínculos com a atividade extrativa, ajuda a piorar o quadro, uma vez que o setor é um importante cliente para as concessionárias de caminhões, mas vem atravessando um momento de estagnação, com os preços baixos do minério de ferro inviabilizando projetos e desestimulando novos investimentos.

 

Na Treviso, da marca Volvo, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a queda nas vendas no acumulado até junho ante os mesmos meses de 2014 foi de 40%. “Além do mercado ter retraído muito, os negócios estão mais difíceis de serem fechados”, afirmou o diretor Comercial, Clóvis Luiz Lopes.

 

Segundo ele, a revendedora não chegou a demitir funcionários ainda, mas teve que fazer adequações, além de ter postergado contratações e investimentos que estavam programados para este ano. Além disso, a Treviso está dando maior atenção para os serviços pós-venda, como forma de agregar valor aos novos negócios e garantir, pelo menos, a demanda por alguns tipos de serviços.

 

A situação é semelhante na Deva Veículos, revenda da marca Iveco. A gerente de vendas da concessionária, Marcela Pace Patrus, contou que a redução nas vendas do primeiro semestre foi em torno de 40% frente às de igual intervalo do ano passado. “Tivemos que fazer ajuste no quadro de funcionários em toda a estrutura da concessionária”, explicou.

 

A gerente da Deva contou que a concessionária tem feito várias ações para tentar ampliar as vendas, a maioria delas buscando o público do varejo e clientes de setores como a indústria alimentícia, que sentiu menos a crise. Mesmo assim, a empresa achatou as margens de lucro na tentativa de não perder mais negócios. (Diário do Comércio)