O Estado de S. Paulo
Construir uma boa imagem de marca em um País com dimensões continentais é o desafio da chinesa Neta Auto, que chegou ao Brasil no fim de 2024. A tarefa já seria difícil se o compacto Aya, tabelado a partir de R$ 128.900 e em pré-venda aqui, não tivesse zerado os testes de colisão feitos na Ásia.
Seja como for, a Neta aposta suas fichas no X, SUV médio com motor elétrico que já teve algumas vendas no Brasil. Além do amplo espaço (pouco maior que o do Jeep Compass, por exemplo), o chinês tem boa lista de equipamentos.
O Neta X tem três versões no Brasil. Na 400, de entrada, tabelada a R$ 194.900, as baterias de 52,5 kWh garantem autonomia de 258 km. Nas de topo, 500 e 500 Luxury, como a avaliada pelo Jornal do Carro, os preço são de R$ 204.900 e R$ 214.900, respectivamente, e como o pacote é de 64,1 kWh, a autonomia chega a 317 km, segundo dados da marca.
Em todas, o motor elétrico síncrono gera o equivalente a 163 cv de potência e 21,4 mkgf de torque. É instalado na dianteira e, portanto, a tração também é no eixo da frente.
O visual do Neta X é minimalista. A dianteira tem faróis divididos e para-choque liso com entrada de ar na parte inferior. Atrás, lanternas de LEDs interligadas formam um estilo mais genérico. O SUV chama a atenção mais pelo ineditismo do que pela beleza. Ele não é feio, mas também não ousa.
A cabine do carro avaliado tinha acabamento de boa qualidade, com plásticos bem encaixados. Também havia suede, peças douradas e foscas e couro sintético em tom alaranjado. Opções mais discretas estão disponíveis no Brasil.
O painel de instrumentos é digital e a central multimídia inclui tela de 15,6 polegadas, que reúne boa parte das funções do SUV. Há conexão com Apple CarPlay e Android Auto.
Nas dimensões, são 4,62 metros de comprimento, 1,86 m de largura, 1,63 m de altura e 2,77 m de entre-eixos. O resultado é o bom espaço sobretudo para quem viaja atrás, graças, também, ao assoalho plano, comum em elétricos.
Para comparação, um Jeep Compass t e m 2 , 6 3 m d e distância entre os eixos. Outro destaque do X é o porta-malas, com ótimos 508 litros.
De série, há seis air bags, carregador de celular por indução, comandos por voz, câmera 360º e teto solar. A mais, a opção de topo traz sistemas de assistência à condução, como frenagem de emergência, controlador de velocidade de cruzeiro adaptativo, alerta de risco de colisão, assistente de permanência em faixa, monitor de ponto cego e reconhecimento de placas, entre outros.
Nessa segunda experiência com o X, fomos da capital paulista a Bertioga, no litoral sul. Percorremos cerca de 230 km, considerando ida e volta, quase sempre em rodovia.
O Neta vai de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos e a velocidade máxima é de 150 km/h. O BYD Yuan Plus, por exemplo, tem 204 cv e 31,6 mkgf, acelera de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos e chega aos 160 km/h.
Na prática, o X é gostoso de guiar, mas não impressiona. A suspensão tem bom ajuste e, sob a chuva forte durante parte do test drive, garantiu estabilidade adequada, sem permitir abusos. A direção agrada.
Com o modo Sport acionado, o SUV fica melhor de guiar. A principal mudança é na direção, que fica tão firme que parece até não haver assistência.
Já o ADAS se mostrou bastante invasivo. O assistente de faixa, por exemplo, “briga” com o motorista em escapadas leves. E o monitor de atenção apita a todo momento. (O Estado de S. Paulo/Thais Villaça)