O Estado de S. Paulo/Mobilidade
Muitos projetos de edifícios mais modernos já preveem pontos de recarga para carros elétricos nas vagas dos futuros moradores. Na cidade de São Paulo, por exemplo, a lei municipal 17.336 obriga, desde março de 2020, que os novos prédios tenham os equipamentos destinados ao carregamento de veículos eletrificados.
Os condomínios mais antigos também já estão se mobilizando para instalar a estrutura de recarga, a fim de atender aos proprietários de veículos movidos a bateria. Ainda existe uma série de dúvidas sobre a viabilidade de adaptar os edifícios a essa nova realidade da eletromobilidade.
Pensando nisso, a NeoCharge, empresa de soluções para recarga de automóveis com essa propulsão, lançou uma cartilha com 11 páginas para explicar minuciosamente como é a instalação dos aparelhos em condomínios residenciais e comerciais.
O material traz informações como tipos de instalações, quadros de proteção e avaliação das cargas existentes. “Dessa forma, o usuário tem condições de avaliar a situação do local onde mora e saber qual é a melhor solução para implantar os carregadores, de acordo com a realidade do edifício”, afirma Ayrton Barros, diretor geral da NeoCharge.
A seguir, listamos os cinco passos mais importantes antes de providenciar a instalação da infraestrutura nos condomínios. “São as principais dúvidas de síndicos, administradores e moradores, que devem buscar sempre a orientação de profissionais e empresas qualificadas, para garantir a segurança e o melhor funcionamento dos pontos de recarga nesses locais”, diz Barros.
- Antes de tudo, nada substitui a visita de um técnico até o imóvel para ele avaliar a situação do edifício, as adaptações necessárias e o carregador mais adequado. “Não existe cenário totalmente impossível, mesmo que o apartamento seja antigo e com capacidade limitada no fornecimento de energia. Mas alguns casos exigem uma análise detalhada da rede, se é monofásica, bifásica ou trifásica”, destaca Barros.
Uma vez contratada, é de extrema importância que a instalação seja efetuada por uma empresa especializada, com certificação da Norma Regulatória NR10 – que estabelece medidas para dar segurança aos trabalhadores em serviços elétricos – e que deve emitir a anotação de responsabilidade técnica (ART). A ATR traz amparo jurídico e serve como histórico para futuras consultas e alterações.
- Outro aspecto a ser considerado é a medição da distância entre o quadro geral do condomínio, de onde vem o circuito, até o ponto de instalação do equipamento. Isso definirá os componentes corretos para a instalação e se o prédio precisará de alguma intervenção civil. A cartilha apresenta os tipos de carregadores indicados para cada edifício e faz um resumo técnico dos materiais, como cabos, caixa de proteção, eletrodutos e condutores. O documento também informa o tempo de duração da recarga da bateria do automóvel.
- O conteúdo da NeoCharge revela que a recarga varia conforme a capacidade da bateria do veículo (informada em kWh) e o carregador adotado. A bateria do BYD Dolphin Plus, por exemplo, possui 60,5 kWh. Ou seja, se ele estiver totalmente descarregado, com um carregador de 7 kW (presente em 90% das instalações) a realimentação levará aproximadamente oito horas e meia (é só dividir 60,5 kWh por 7 kW). Geralmente, o proprietário não deixa a bateria chegar a 0%, o que reduz a espera.
- A energia gasta para a recarga de carros elétricos gera dúvidas entre os moradores. Se a vaga com o aparelho for coletiva, uma plataforma de gestão contratada pelo condomínio emitirá um relatório sobre o consumo de cada usuário para individualizar o pagamento. A conta inclui uma taxa de uso do sistema. Nas vagas de uso exclusivo, um medidor digital, que geralmente fica ao lado do carregador, faz a leitura mensal de consumo. Vale ressaltar que todos os aparatos devem estar em conformidade com a Norma Brasileira 17019, que fala sobre instalação para alimentação de veículos elétricos em locais especiais.
- O orçamento do projeto é definido depois da visita técnica no condomínio, mas o valor da instalação de cada ponto de recarga oscila entre R$ 1.500 e R$ 2.000. “Quanto mais perto a vaga estiver do quadro geral, menor será o custo”, salienta Barros. “O pior cenário é quando a instalação começa a partir do relógio de um apartamento localizado em um andar muito superior. O custo acaba ficando inviável.” Para conhecer o conteúdo da cartilha, basta acessar www.neocharge.com.br/guia-instalar-carregador-carro-eletricocondominio. (O Estado de S. Paulo/Mobilidade/Mário Sérgio Venditti)