AutoIndústria
Muito dependentes dos veículos eletrificados, as dez marcas filiadas à Abeifa, Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores, têm feito esforços para não repassar aos clientes finais os aumentos de custos gerados pela retomada do Imposto de Importação em janeiro.
Seja com a antecipação das importações, sobretudo no primeiro semestre, ou reduzindo suas margens, o fato é que os importadores ainda não acusaram, de forma drástica, problemas maiores para colocar nas ruas seus veículos elétricos e híbridos.
Em setembro, já dois meses depois de novo aumento das alíquotas, as associadas da Abeifa negociaram exatos 8.149 automóveis e comerciais leves trazidos de fora e dotados de alguma eletrificação, crescimento de 111% % sobre o resultado consolidado de quase 3,9 mil unidades em igual mês do ano passado.
Em entrevista coletiva, o presidente da Abeifa Marcelo Godoy, contudo, preferiu destacar que na comparação com os licenciamentos de agosto, quando foram vendidos pouco mais de 9,1 mil importados, os negócios recuaram 11%.
Mas setembro teve um dia útil a menos para licenciamentos do que em agosto, o que faz a variação negativa ser menor na média diária: de somente 7%. Passou de 416 para 388 emplacamentos.
Nos primeiros nove meses de 2024 foram negociados pelas marcas associadas da entidade 70,9 mil veículos trazidos de outros países, um verdadeiro salto de 204%.
É verdade que apenas uma empresa, a BYD, respondeu por 51,3 mil unidades, 742% a mais do que em igual período do ano passado. Mas das outras nove, seis tiveram crescimento e somente três, todas de produtos de alto luxo, têm desempenho abaixo dos resultados de 2023.
De qualquer forma, Godoy diz que o setor não é contra o imposto de importação, mas defende índices menores do que a alíquota de 35% prevista para meados de 2026. Algo em torno da metade.
Mas é enfático ao reiterar o descontentamento dos importadores com a solicitação das montadoras com fábrica no Brasil para que o governo adote imediatamente o índice máximo e não de forma escalonada, como o determinado hoje. “Previsibilidade é essencial para qualquer tipo de negócio. É isso que queremos”, afirmou.
Veículos eletrificados representaram 64,8 mil licenciamentos das associadas à Abeifa até setembro. Essa frota equivale a 52,8% do mercado total de 122,6 mil eletrificados emplacados no País.
A Abeifa calcula que em 2024 suas dez afiliadas negociarão algo entre 94 mil a 95 mil veículos importados, ante 41,5 mil licenciamentos no ano passado, mais que o dobro, portanto. (AutoIndústria/George Guimarães)