Xiaomi perde mais de R$ 50 mil na venda de cada SU7

Jornal do Carro

 

Considerada uma das montadoras mais valiosas do mundo, apesar de seu pouco tempo de mercado, a gigante de tecnologia chinesa Xiaomi perdeu milhões de dólares com o lançamento de seu sedã elétrico SU7. A empresa enfrentou problemas como defeitos nas primeiras unidades produzidas e até uma debandada de clientes que haviam feito reserva e desistiram.

 

De acordo com o último informativo financeiro, a companhia registrou um prejuízo de US$ 252 milhões (quase R$ 1,4 bilhão na conversão direta) no segundo trimestre de 2024. Durante os meses de abril, maio e junho, a Xiaomi entregou 27.307 carros aos seus clientes. Comparando as perdas com o número de unidades vendidas, é possível concluir que a empresa perdeu US$ 9.200 (pouco mais de R$ 50 mil) para cada SU7 comercializado.

 

Especialistas afirmam que a chinesa só começará a lucrar quando vender entre 300 mil e 400 mil unidades por ano. Mesmo com previsões não tão otimistas, o CEO da marca, Lei Jun, parece não estar muito preocupado. Em entrevista ao canal CNBC, o executivo afirmou que pretende focar apenas no mercado chinês nos próximos três anos, adiando uma possível expansão global (o que poderia catapultar as vendas). Além disso, os planos para o lançamento de um segundo modelo estão mantidos: o SUV elétrico SU8 deve ser revelado em outubro deste ano e chegar ao mercado no início de 2025.

 

Desempenhos piores que o da Xiaomi

 

Entretanto, há fabricantes mais estabelecidas que têm se saído pior que a Xiaomi. Por exemplo a Rivian, startup norte-americana que também faz carros elétricos, revelou prejuízo de US$ 1,46 bilhão (R$ 8 bilhões) no mesmo período. Com somente 9.162 veículos produzidos, as perdas chegaram a US$ 32.705 (quase R$ 180 mil) por unidade no segundo trimestre. Dessa forma, a parceria com a VW anunciada no fim de junho veio a calhar.

 

Já a tradicional Ford teve um desempenho ainda pior que o da Rivian em sua divisão de veículos elétricos. Assim, entre abril e junho, o prejuízo foi de US$ 1,1 bilhão (mais de R$ 6 bilhões) com vendas de 23.957 unidades, perdendo o equivalente a US$ 47.600 (mais de R$ 260 mil) por carro elétrico entregue. (Jornal do Carro/Thais Villaça)