Estradão
A Volkswagen Caminhões e Ônibus quer dobrar as vendas de caminhões elétricos. Nesse sentido, a marca já começa a ver os movimentos. E os números do e-Delivery começam a crescer, apesar da base baixa.
Conforme os números da Fenabrave, os caminhões elétricos da marca alemã somaram entre janeiro e julho 190 unidades vendidas. Pode parecer pouco, mas esses números levaram os modelos a aparecer no ranking dos 10 caminhões mais vendidos no segmento de leves. Algo que não ocorria até o ano passado.
Todavia, vale lembrar que, de início, esses caminhões foram desenvolvidos para atender a Ambev, em 2021. A empresa de bebidas continua comprando os modelos, contudo o mercado também começou a comprar o e-Delivery em maior volume.
Além disso, esses caminhões são mais caros frente aos competidores chineses. E ainda assim têm a preferência dos clientes. Por essas razões, é que o vice-presidente de marketing e vendas da Volkswagen Caminhões acredita que daqui por diante, as vendas de veículos elétricos vão crescer. E podem dobrar em 2025 só nas vendas do Volkswagen e-Delivery.
Momento de retomada da sustentabilidade
Na visão do executivo, o mercado está aquecido, mesmo que dentro de um volume ainda baixo, porque as empresas depois de comprarem os caminhões Euro 6 e renovarem a frota, agora estão retomando suas ações sustentáveis. Além disso, conforme Alouche, o governo favoreceu ao voltar a taxar os caminhões elétricos importados.
“Enquanto aqui a gente paga cargas tributárias e gera emprego para desenvolver e produzir o caminhão, os competidores chegavam sem ser taxados. Portanto, sendo mais competitivos. Mas agora a gente consegue competir mais em igualdade. O e-Delivery continua custando mais caro em relação ao importado. Mas em termos de entregas ele se ressalta. Afinal é fabricado no Brasil e sua rede e pós-venda já é tradicional no mercado”, explica Alouche.
Conforme o executivo, as negociações foram retomadas. E vendas a importantes clientes estão ocorrendo.
Movimento dos ônibus elétricos colaboram
Ainda na avaliação do VP da Volkswagen Caminhões, o aquecimento nas vendas de ônibus elétricos favorece as vendas dos caminhões. Ao ajudar a disseminar a tecnologia.
Do mesmo modo, são veículos que operam no ambiente urbano, assim como o e-Delivery. E demandam de infraestrutura de recarga nas garagens dos operadores. Portanto, como em ônibus a questão está mais desenvolvida, acaba desmistificando possíveis dúvidas do frotista.
Porém, mesmo o crescimento nas vendas ainda tímido, o pequeno volume ajudou a diluir custos. Assim, colaborando para a redução do preço do caminhão. O e-Delivery de 11 t que chegou a custar mais de R$ 1 milhão, está com o preço reduzido. Mas Alouche não revelou o preço. Todavia, conforme a Fipe, a versão 0-km custa R$ 937.750.
Essa versão é a considerada mais genérica. Ou seja, atende plataforma de guincho, baú, baú frigorífico. E o modelo está sendo mais consumido na carga seca, operações atacadistas. Já o modelo de 14 t atende o transporte de bebidas, até pela maior capacidade de carga.
Degustação via locação
Mas apesar do bom momento, Alouche é taxativo ao dizer que “os caminhões elétricos ainda estão em fase de experimentação no Brasil”. O cliente ainda negocia o frete. Por sua vez, o embarcador está disposto a pagar pelo frete do caminhão elétrico. Porém, com ressalvas.
“Isso significa que o cliente do meu cliente está experimentando. Então há um limite que ele está disposto a pagar. Mas dentro da experimentação há a locação”.
Nesse sentido, o vice-presidente da VWCO afirma que metade das vendas dos caminhões elétricos é direcionada às locadoras do mercado. Segundo ele, o cliente final ainda tem medo da aquisição, por causa do valor residual.
“Ele ainda tem dúvidas sobre o valor de revenda. Portanto, prefere passar esse risco para a locadora”. (Estradão/Andrea Ramos)