AutoIndústria
O MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço, iniciou conversas com a Anfavea, o Sindipeças e também os metalúrgicos das montadoras e fornecedores para avaliar a criação de um programa de exportação para o setor automotivo.
A informação foi divulgada pela diretora do Departamento de Desenvolvimento da Indústria de Alta-Média Complexidade Tecnológica do MDIC, Margarete Gandini, durante o painel “Mobilidade verde – rumo a um futuro sustentável”, realizado na manhã desta quinta-feira, 22, no Simea 2024, promovido pela AEA, Associação Brasileira da Engenharia Automotiva.
“Precisamos olhar mais para a América Latina”, comentou a representante do MDIC, mostrando-se inconformada com algumas marcas com operações no Brasil abastecerem países próximos com produtos vindos de outros continentes. ” Nós somos superavitários nas balanças comerciais com México e Estados Unidos. Temos, portanto, condições de exportar mais”.
Em quadro totalmente atípico, o setor automotivo está importando mais do que exportando este ano. A Anfavea inclusive está questionando a alíquota reduzida de importação de modelos eletrificados, que tem gerado alta acima de 400% nas compras de carros produzidos na China.
Sobre maiores detalhes do programa de exportação em estudo, Margarete disse que as conversas ainda são iniciais. Garantiu, contudo, que não só abrange montadoras e fornecedores, como também os trabalhadores da cadeia automotiva.
Durante o painel, ela voltou a comentar que o Brasil pode ser líder global na descarbonização da mobilidade e logística, apresentando as evoluções obtidas na indústria brasileira a partir do InovarAuto e do Rota 2030 e detalhando, na sequência, as propostas mais relevantes do programa atual, o Mover.
“A partir de 2026 teremos o registro de emissões nas fábricas, sendo o automotivo o primeiro setor a ter tal avaliação no Brasil. Entre outros diferenciais do Mover, destaco a concessão de incentivos com foco em P&D e a reciclagem dos veículos ao término de sua vida útil”, disse Margarete no debate do Simea, que encerra-se nesta última quinta-feira, 22, no Novotel São Paulo Center Norte. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)