Transporte Moderno
A Michelin implementou um novo programa para reforçar a sua presença no segmento de pequenas frotas de caminhões e ônibus. O lançamento marca uma nova abordagem para a empresa, que busca digitalizar e aprimorar a experiência do cliente.
O diretor de marketing B2B da Michelin América do Sul, Daniel Braz, disse em entrevista exclusiva ao portal Transporte Moderno que mais da metade das vendas de pneus para caminhões da Michelin no Brasil provém de sua rede de varejo, composta por aproximadamente 300 pontos de venda especializados, focados principalmente em pequenos frotistas.
Conforme o executivo, esse programa de fidelidade, com experiências que, antes eram oferecidas apenas para os grandes frotistas, mira a consolidação e a expansão da base de clientes desse segmento. “É uma forma de digitalizar uma relação natural que já existe entre nós e nossos clientes”, explicou.
O conceito, de acordo com o executivo, é utilizar a digitalização e a gamificação para fortalecer essa relação, aproveitando o método tradicional de indicação, onde usuários satisfeitos recomendam a marca a outros potenciais clientes.
Além de recompensar a lealdade dos clientes, o programa buscará oferecer benefícios exclusivos e premiar as melhores lojas e frotistas da rede. As recompensas incluirão pontos que podem ser trocados por descontos em pneus e outras ofertas. A empresa também se propõe a entender melhor os dados de seus clientes para oferecer soluções mais personalizadas e eficazes.
Expansão do programa
O programa será inicialmente lançado em cinco estados — Ceará, Mato Grosso, Paraná, Minas Gerais e Espírito Santo — com planos para expansão a outros estados no próximo ano.
Esta fase piloto permitirá à Michelin ajustar e refinar sua abordagem com base na resposta dos participantes. “Estamos começando com um número limitado de estados para garantir uma implementação ágil e eficiente. Com o sucesso inicial, pretendemos expandir o programa para mais regiões”, afirmou Braz.
Concorrência com os asiáticos
Com a iniciativa, a Michelin também se prepara para enfrentar a competição dos pneus importados, sobretudo os asiáticos, que têm ganhado espaço no mercado brasileiro devido ao seu preço mais acessível.
Um estudo realizado pela LCA Consultoria Econômica para a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP) revela que o Brasil se tornou alvo de pneus importados entrando no mercado nacional a preços significativamente mais baixos que os praticados internacionalmente. Em 2023, os pneus de carga importados chegaram ao país a um custo médio de US$ 2,9 por quilo, enquanto no mercado internacional o preço médio era de US$ 4,2 por quilo
“O novo programa de fidelidade é visto como uma estratégia crucial para demonstrar o valor dos produtos Michelin, que, apesar de serem mais caros inicialmente, oferecem vantagens significativas em termos de durabilidade e economia de combustível”, disse Braz.
O executivo acredita que a proximidade com o cliente e a comunicação eficaz sobre os benefícios dos seus produtos serão fundamentais para manter a competitividade no mercado. Segundo ele, a Michelin espera não apenas fortalecer a lealdade de seus clientes existentes, mas também atrair novos frotistas para sua rede. “É uma forma de consolidar a nossa posição no mercado e promover maior reconhecimento do valor agregado dos nossos produtos e serviços”, explicou. (Transporte Moderno/Aline Feltrin)