O Estado de S. Paulo/Mobilidade
Os países da América Latina têm, juntos, 5.720 ônibus elétricos em operação – e o número vem crescendo rapidamente. Essa frota emite 5.951,4 kt de dióxido de carbono (CO2) a menos que a de veículos equivalentes com motor a diesel. Cada kilotonelada equivale a mil toneladas.
Os dados são da E-Bus Radar, que monitora a operação de ônibus elétricos. A plataforma eletrônica da Parceria Zebra (Zero Emission Bus Rapiddeployment Accelerator) é fruto da parceria do C40 Cities e o ICCT (Conselho Internacional de Transporte Limpo).
Lançada em 2019, a E-Bus Radar tem se tornado referência na região. “Ela fornece dados transparentes e acessíveis que destacam a liderança das cidades na descarbonização das frotas de ônibus, inspirando outras municipalidades a adotarem soluções de transporte mais limpas e eficientes”, diz Thomas Maltese, gerente sênior da Parceria Zebra na C40 Cities.
Ciclo de vida
Recentemente, a ferramenta foi atualizada para passar a contabilizar, também, as emissões do ciclo de vida dos ônibus elétricos. Carmen Araujo, líder regional do ICCT Brasil explica que antes dessa mudança, como os ônibus elétricos não emitem CO2, quando comparados ao ônibus a diesel o resultado era zero emissão.“E, agora, também são consideradas as emissões de todo o processo, como a produção do ônibus e da bateria, manutenção do veículo e a produção da eletricidade”, diz. Assim, de acordo com a plataforma, no Brasil, em seu ciclo de vida, o ônibus elétrico a bateria emite 84% menos de CO2 comparado ao ônibus a diesel. Já o trólebus emite 79% a menos, utilizando a mesma base de comparação.
Ao mesmo tempo, o E-Bus Radar oferece uma visão dos benefícios desses veículos, mostrando potencial da transição energética para a saúde e melhoria da qualidade do ar.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% da população mundial está exposta a altos níveis de poluentes, com consequências sérias para a saúde, como doenças respiratórias. (O Estado de S. Paulo/Mobilidade/Daniela Saragiotto)