Sem nova geração, Volkswagen Amarok tem uma montanha para escalar

AutoIndústria

 

Demorou, mas a Amarok está de cara nova. A picape grande da Volkswagen chega à linha 2025 também com alguns itens a mais de conforto e segurança e apenas três versões com preços entre R$ 310 mil e R$ 351 mil, todas com o mais que conhecido conjunto mecânico que reúne motor 3.0 V6 turbodiesel de 258cv, transmissão automática e tração 4×4.

 

Agora a Volkswagen prefere chamar o modelo fabricado na Argentina de Nova Amarok, mas afora a dianteira profundamente reestilizada e alguns outros detalhes externos e do acabamento interno, segue o mesmo veículo apresentado já no longínquo ano de 2010 e que desde então havia passado por apenas uma pequena reformulação estética.

 

Uma segunda geração da Amarok, de fato, existe, mas está bem longe da linha de montagem argentina e dos mercados sul-americanos. Com plataforma e a maioria das peças e componentes compartilhados com a Ford Ranger, é produzida há dois anos na África do Sul e exportada para vários países de outros continentes.

 

Entretanto, para a América do Sul, alegando que a primeira geração tem a robustez adequada para as condições de piso da região, sobrou um investimento bem menor que, entende a montadora, será o suficiente para manter a Amarok competitiva, mesmo diante da recente avalanche de lançamentos e da promessa de outro tanto de novidades nos próximos meses, inclusive com o ingresso de novas marcas e tecnologias.

 

É, por certo, aposta para lá de arriscada sobre um produto que em seus 14 anos aqui no Brasil, o maior mercado sul-americano e que consome a maioria das picapes produzidas por várias marcas no país vizinho, coleciona discretas participações e nunca chegou a ameaçar as líderes de vendas no segmento.

 

Nesse longo período, a Volkswagen vendeu 182 mil unidades da Amarok. Parece número convincente de um bom desempenho, mas a Toyota Hilux, modelo que mais vende entre picapes sobre chassi e capacidades próximas de 1 tonelada de carga, precisou só dos últimos 4 anos para superar os 200 mil licenciamentos.

 

Foi já no distante 2013 que a Amarok alcançou seu recorde de emplacamentos e a terceira colocação no ranking de picapes, a melhor ao longo de sua história no mercado brasileiro. Ainda assim, as 24,2 mil unidades entregues aos clientes finais naquele ano representaram somente 13,2% da categoria. A Chevrolet S10, a então líder, vendera mais que o dobro, 54,2 mil unidades, ou 29% do total.

 

Apesar do crescimento do mercado de picapes nos últimos anos, as vendas da Amarok entraram em flagrante declínio desde 2020. Dos 18,9 mil emplacamentos registrados e penetração de 9% em 2019, baixou para 10,6 mil naquele ano e desde 2021 tem média anual de 7 mil unidades e participações entre 3% e 4%.

 

Versões e preços

 

Comfortline – R$ 309.990,00

Highline – R$ 328.990,00

Extreme – R$ 350.990,00

 

A picape passou a figurar como a oitava colocada no ranking de vendas e encerrou 2023 na modestíssima décima posição. Este ano, com a proximidade da apresentação da linha 2025, os negócios encolheram ainda mais.  Foram 3,1 mil licenciamentos de janeiro a julho e participação de somente 2,1%.

 

É uma montanha e tanto que a picape terá que escalar para voltar a ter algum protagonismo. Resta saber se a dianteira diferenciada, com faróis full LED e filete iluminado interligando-os, despertará o brilho no olhar dos consumidores, assim como os novos para-lamas, capô, rodas, para-choque traseiro e lanternas.

 

Se, motivado pelo renovado visual da carroceria, o potencial cliente resolver entrar na picape, encontrará lá dentro revestimentos e materiais novos, central multimídia de 9 polegadas e o dispositivo Safer Tag, aplicado sobre o painel e que apenas alerta o motorista sobre saída de faixa, perigo de colisão frontal, proximidade de pedestres e limite de velocidade da via.

 

Tão somente isso. (AutoIndústria/George Guimarães)