Na Renault, Lula diz ser a favor de isenção do IR na PLR

AutoIndústria

 

Após ouvir do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), Sérgio Butka, pleito relativo ao fim da cobrança do Imposto de Renda sobre a PLR, Participação nos Lucros e Resultados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se comprometeu a avaliar a questão e encaminhar algo nesse sentido.

 

“Essa questão da PLR está na minha cabeça há muito tempo. A lei manda cobrar IR sobre a PLR dos trabalhadores e os acionistas da Petrobrás, que no final do ano distribuiu R$ 45 bilhões em dividendos, não pagam 1 centavo de imposto. Pode ficar tranquilo”, disse Lula dirigindo-se a Butka. “Tenho compromisso com isso, só estou esperando a oportunidade”.

 

O presidente da República realizou na tarde desta quinta-feira, 15, a sua primeira visita à fábrica da Renault de São José dos Pinhais, no Paraná, em vento que teve a participação de sindicalistas, funcionários, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, o vice-presidente e titular do MDIC, Geraldo Alckmin, e do presidente da montadora no Brasil, Ricardo Gondo.

 

Ainda sobre a PLR, Lula lembrou que a reforma tributária não foi aprovada totalmente, dando a entender, assim, que há tempo para se contemplar o tema nas futuras discussões. Ele inclusive citou em seu discurso a PLR da Renault este ano, da ordem de R$ 25 mil, a maior do setor automotivo segundo a própria montadora.

 

Sobre uma eventual mudança da lei referente à PLR para que haja isenção da cobrança de IR, o presidente comentou que há 40 anos se falava em reforma tributária sem que nada acontecesse e finalmente ela veio a ser aprovada somente agora, em seu atual governo:

 

“Temos apenas 70 deputados do nosso partido entre 513, número que chega a 130 com os representantes do partido do Alckmin e dos demais de esquerda. Não é fácil aprovar as coisas, mas não tem nada maior importante do que emprego e renda e vamos fazer as coisas acontecerem”.

 

Lula também falou da emoção de visitar uma fábrica como a da Renault: “Passa um filme na minha cabeça, o filme da minha própria história”.

 

Elogiou o trabalho que vem sendo feito por Ricardo Gondo, citando exemplo de duas trabalhadoras da Renault, Mara, que está completando 25 anos de empresa, e Isabele, que tem um mês na fábrica, onde ingressou por meio de um programa social de formação de jovens talentos, mantido pela própria montadora.

 

“As indústrias voltaram a investir no Brasil”, disse o presidente, lembrando do aporte do setor automotivo que soma R$ 130 bilhões até o final da década. O objetivo do governo, é colocar definitivamente o Brasil no patamar de um país altamente desenvolvido, gerador de oportunidades de trabalho, de bons salários e de distribuição de renda.

 

Por fim, comentou a fala do presidente da Anfavea, que em seu discurso disse não ser otimista nem pessimista: “Sou realista”, falou Márcio de Lima Leite.

 

Em contraponto a esse comentário, Lula garantiu ser otimista, o que considera indispensável para quem quer fazer as coisas acontecerem. “Como já disse, não tem nada mais importante que emprego e renda. Temos hoje o menor índice de desemprego dos últimos 14 anos e o salário-mínimo já aumentou 11%. Temos de fazer as coisas acontecerem”, conclui o presidente. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)