Migração do ônibus Double Decker 8×2 para o 6×2 ganha força no mercado brasileiro

Portal Technibus

 

A migração do ônibus rodoviário Double Decker 8×2 para o modelo 6×2, movimento que começou depois de pandemia, vem ganhando força no mercado brasileiro. “Isso está relacionado não somente ao preço do veículo, mas ao custo operacional para que o cliente possa olhar no longo prazo”, afirma Gustavo Cecchetto, novo gerente de vendas de soluções para mobilidade da Scania operações comerciais Brasil.

 

Por ter um eixo a menos, o modelo 6×2 paga menos pedágio e a despesa com manutenção, pneus e consumo de combustível tende a ser menor, segundo o gerente da Scania. “É um veículo mais leve, tem um eixo a menos, e geralmente as montadoras entregam com uma faixa de potência menor que o 8×2. Esse conjunto de fatores influenciou diretamente no custo operacional de médio a longo prazo. Por isso, estamos vendo essa migração do chassi 8×2 para o 6×2 para os clientes que usam a carroceria Double Decker”, comenta Cecchetto.

 

“Nós entendemos que há espaço para os dois modelos no mercado. Mas começamos a perceber, que os grandes operadores de linha rodoviárias regulares estão neste movimento de migração para o 6×2 e para as linhas de longas distâncias e turismo, os clientes estão optando pelo 8×2”, diz Cecchetto.

 

Segundo Ceccheto, esta fase de transição é fácil de ser administrada pela Scania por ter um sistema modular de produção, que permite flexibilizar a linha de montagem. “A base do modelo 6×2 é a mesma do 8×2, o que muda é a inclusão de um eixo e alguns componentes, como sistema de direção e de freios.”

 

Volvo

 

A Volvo também acompanha essa movimentação no mercado de ônibus. Segundo Paulo Arabian, diretor comercial da Volvo Buses, os grandes frotistas têm como desejo rentabilizar a operação e sabem que o modelo 8×2 Doubler Decker traz benefícios, mas devido alguns entraves preferem não avançar e continuam com o modelo 6×2.

 

“Mas tem os que continuam com o Double Decker 8×2 porque é um modelo que chama a atenção do passageiro. É um ônibus que tem maior estabilidade e, a partir de 2016, com a nova legislação do Código Brasileiro de Trânsito, foi possível ampliar o tamanho deste ônibus para comportar carrocerias de 15 metros e acomodar mais uma fileira de passageiros – dois no piso de baixo e dois no de cima. Tem um ganho da atratividade do veículo do ponto de vista de segurança, da quantidade de passageiros, mas em contrapartida tem os custos associados porque a carroceria tem mais materiais e custa mais”, observa Arabian.

 

Diferenciais

 

Arabian ressalta que o ônibus Double Decker 8×2 é um modelo exclusivo para quem quer explorar o luxo, o conforto e a atratividade do usuário, mas a partir de 2019, com a chegado do 6×2, a procura pelo DD 8×2 teve uma queda e no ano passado voltou a ter um bom volume e se manteve, porque além da beleza e do porte maior para acomodar mesa de jogos, cama e levar mais passageiros, tem muita tecnologia que garante estabilidade.

 

“O modelo 6×2 passou a ser interessante porque faz a mesma operação com quatro passageiros a menos e, dependendo da rota e da intensidade da demanda não faz falta. É um modelo mais barato, tem menor gasto com manutenção de suspensão, freio, roda e pneus e ainda tem maior liquidez porque na segunda vida é muito fácil de ser absorvido para o turismo no fim de semana. É um coringa porque tem 14 metros que facilita entrar em local mais sinuoso de curva”, observa Arabian. (Portal Technibus/Sonia Moraes)