AutoIndústria
Ao divulgar balanço do setor automotivo em julho, com números positivos em vendas e produção, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, fez questão de ressaltar o nível de emprego nas montadoras de veículos leves e pesados, que atingiu 104,6 mil postos.
Tomando por base os 98,9 mil empregos de dezembro de 2023, são 5,7 mil contratações no ano. “É uma notícia importante. Considerando que a cada 1 emprego na montadora são gerados outros dez, podemos falar em mais de 50 mil postos de trabalho gerados na cadeia automotiva como um todo este ano”, explicou o executivo.
É realmente um dado relevante. Pelo balanço da Anfavea, desde abril de 2021 as montadoras de veículos não atingiram o número de empregos de julho. Naquele mês eram 104,7 mil funcionários, nível que foi baixando gradativamente com oscilações ao longo do tempo que acabaram em um patamar abaixo de 100 mil exatamente há um ano, em meados de 2023.
Ao falar dos empregos, Lima Leite deixou claro serem dados apenas das fabricantes de veículos, sem contemplar os das fábricas de máquinas agrícolas e rodoviárias, e destacou que o balanço é coerente com os investimentos acima de R$ 130 bilhões anunciados pelas montadoras até o final da década.
De qualquer forma, o presidente da Anfavea voltou a falar da preocupação com a alta das importações, principalmente de eletrificados chineses, que vem impedindo desempenho melhor da venda de modelos nacionais e uma alta da produção proporcional às melhorias do mercado doméstico.
Enquanto os emplacamentos tiveram expansão de 13,7% no acumulado do ano, de 1,224 milhão de unidades nos primeiros sete meses do ano passado para 1,385 milhão no mesmo período de 2024, a produção subiu apenas 5,3%, de 1,315 milhão para 1,385 milhão.
Um dado puxado principalmente pelo desempenho de julho, que com 23 dias úteis, três a mais do que em junho, totalizou 247 mil unidades, alta de 16,9% no comparativo mensal. Ao informar sobre o número de veículos que saíram das linhas de montagem, Lima Leite lembrou que na média por dia útil a alta foi de apenas 2%.
“A análise da produção tem de ser feita sempre com cautela. Não tivemos greve em julho e houve complemento de veículos que estavam incompletos um mês antes por causa da falta de peças provocada pelas chuvas no Sul. Vamos esperar o desempenho de agosto e setembro para eventualmente mudarmos nossas projeções de 2024 para cima”, comentou o executivo.
A precaução, segundo o presidente da Anfavea, também vale para as exportações, que tiveram melhoria em julho, mas vêm de um desempenho muito fraco no acumulado do semestre: “Ainda não atemos elementos para dizer se é realmente retomada. Os mercados internos dos países das nossas exportações continuam desaquecidos”, conclui Lima Leite. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)