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A Scania informou durante a visita do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e do secretário da pasta, Uallace Moreira Lima, que, com investimentos de R$ 60 milhões, vai começar agora a preparação industrial para que, em março de 2025, a fábrica de São Bernardo do Campo (SP) comece a produzir chassis para ônibus elétricos.
A fábrica do Brasil será a terceira unidade global da Scania a produzir veículos elétricos. “São poucas adequações na linha, basicamente mudanças na pré-montagem, que envolve o sistema de resfriamento e de alta tensão, e da pré-montagem da estrutura que vai sustentar as baterias no lugar do motor”, disse a engenheira de processos industriais, Isabelle Diniz, responsável pelo projeto.
Estes ônibus são do modelo 4×2, têm 12 metros de comprimento e são alimentados por até cinco pacotes de baterias. Com a absorção da nova tecnologia, a previsão é manter o nível de produção atual, com 11 chassis fabricados diariamente – sendo destes, três eletrificados. Os chassis de ônibus elétrico a serem ofertados ao mercado brasileiro serão os mesmos fabricados e comercializados atualmente na Europa – produzidos na unidade Scania localizada na Polônia.
“A pauta da sustentabilidade não pode ser adiada e no caso do transporte ela não depende somente do veículo, mas de outras variantes, como financiamento, infraestrutura e rede de distribuição, entre outras variáveis a serem consideradas”, comentou Christopher Podgorski, presidente e CEO da Operação Industrial da Scania.
O vice-presidente Alckmin ressaltou que a empresa cumpre os principais requisitos da Nova Indústria Brasileira (NIB). “Nós estamos aqui, na ponta, na vanguarda da inovação, da tecnologia, numa indústria sustentável, verde, que lidera a descarbonização, com veículos elétricos, a gás e com biodiesel. Trata-se de uma empresa altamente competitiva, que faz 115 caminhões pesados e ônibus por dia; e exportadora, que atende a América Latina e até outros continentes”, afirmou.
O presidente e CEO da Operação Industrial da Scania ressaltou que o polo industrial em São Bernardo do Campo abrange uma área de 427 mil metros quadrados e contém o que existe de mais avançado na indústria. “São nove fábricas operando conjuntamente para produzir caminhões, ônibus, motores industriais e marítimos, todas elas constantemente atualizadas”, informou. “Graças a nossa estratégia de Sistema de Produção Global e ainda o exclusivo Sistema Modular Scania conseguimos incorporar novas tecnologias às plataformas de produto recém introduzidas, como agora estamos fazendo com a plataforma para chassis para ônibus elétricos”.
Segundo o executivo, o início da adequação da Unidade Industrial para produção das Soluções de Transporte Sustentável foi em 2018, ano em que foi introduzida no Brasil a Nova Geração de Caminhões Scania. De lá para cá os investimentos foram direcionados, entre outros projetos, para a industrialização dos Motores a Gás e Biometano, da Nova Geração de Ônibus e também ao recém lançado Trem de Força – batizado de Super, iniciativa que levou a ampliação da Fábrica de Motores da empresa. “Agora o foco é incrementar a jornada da transformação com a eletrificação” diz Podgorski.
De acordo com o executivo, entre as rotas a percorrer para descarbonizar o setor, o chassi elétrico para ônibus complementa as soluções já disponíveis: os motores a Gás e Biometano e o Biodiesel 100%. “O inimigo único e comum a todos é o carbono. Para abatê-lo, considerando um país de dimensão territorial como o Brasil, seu tamanho de frota e matriz energética, é fundamental abraçar múltiplas tecnologias. A eletromobilidade se encaixa neste contexto”, disse Podgorski.
Mover
A Scania é a primeira fabricante de caminhões e ônibus a juntar-se ao movimento de novos investimentos anunciados nos últimos meses por montadoras no Brasil, que já somam mais de R$ 130 bilhões. As fabricantes foram motivadas pela criação do programa Mobilidade Verde e Inovação (MOVER), do MDIC, que estimula novas rotas tecnológicas e aumenta as exigências de descarbonização da frota automotiva brasileira. O projeto de lei que cria o programa será sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no próximo dia 2 de julho. (Portal Technibus/Sonia Moraes)