Curitiba inicia testes com caminhão elétrico da Volvo

Transporte Moderno

 

A cidade de Curitiba está testando um caminhão Volvo FM Electric na frota da Cavo, empresa do grupo Estre, responsável pela coleta de resíduos na capital paranaense. Este teste, que terá duração de três meses, faz parte de um esforço da Secretaria Municipal de Meio Ambiente para diminuir as emissões de dióxido de carbono (CO2) dos veículos de serviço na cidade.

 

O modelo em teste é um Volvo FM Electric 4×2 rígido, equipado com dois motores elétricos que, combinados, geram 450 cv. O veículo possui quatro baterias que totalizam 360 kWh de energia, oferecendo uma autonomia de até 150 quilômetros. O caminhão, implementado com um compactador de lixo de 15 metros cúbicos, será recarregado diariamente no pátio da Cavo. Segundo informações da montadora, caminhões elétricos são adequados para a coleta de resíduos, além de contribuírem com zero emissões e baixo ruído para o conforto e a qualidade de vida nas áreas de operação.

 

Embora produzido na Suécia, o Volvo FM Electric contou com participação dos engenheiros brasileiros no desenvolvimento de seus sistemas mecânicos, elétricos e hidráulicos. A adaptação para a instalação de implementos é facilitada pelo conceito do caminhão, que inclui uma tomada de força conectada diretamente à caixa de câmbio I-Shift da Volvo. O veículo é projetado para atender às normas brasileiras, como a NR34, que regulamenta equipamentos para transporte de resíduos urbanos. Uma inovação destacada pela Volvo é o sistema Avas, que emite sons para alertar pedestres sobre a presença do caminhão, o que aumenta a segurança ao redor do veículo.

 

Mercado em expansão

 

Comparado com um caminhão a diesel equivalente, que percorre cerca de 50 mil quilômetros por ano, o modelo elétrico pode evitar o consumo de aproximadamente 20 mil litros de combustível e a emissão de 60 toneladas de CO2. O head de eletromobilidade de caminhões da Volvo, Marco Mildenberg, observa que “o mercado de veículos pesados elétricos para coleta de lixo tende a crescer devido ao desenvolvimento urbano e à crescente preocupação com emissões e ruído”. Em 2023, a Anfir, associação que reúne as frabricantes de implementos rodoviários no Brasil, registrou o emplacamento de cerca de 900 caminhões com compactadores de lixo no Brasil.

 

A Volvo tem como meta reduzir em 50% as emissões de CO2 de seus veículos até 2030 e alcançar 100% de redução até 2040. Para isso, a empresa investe em motores a combustão que utilizam combustíveis renováveis, veículos totalmente elétricos e veículos elétricos com célula de hidrogênio. Líder em caminhões elétricos pesados na Europa, com 47% de participação, a montadora começou a oferecer esses veículos no Brasil em caráter experimental em 2023.

 

Autorização para testes

 

Em abril, o Ministério dos Transportes oficializou a autorização para o início das operações de caminhões pesados elétricos Volvo no país. Os veículos que fazem parte desse regime experimental são feitos para rodar em zonas urbanas, regiões metropolitanas e no transporte intermunicipal de curtas e médias distâncias, A intenção é verificar como caminhões pesados elétricos se comportam neste tipo de operação, como é o seu desempenho e o impacto no pavimento. As transportadoras ReiterLog e Ritmo Logística foram as primeiras empresas a iniciar operações de transporte regular com caminhões pesados 100% elétricos Volvo no Brasil.

 

A montadora tem em andamento um estudo feito em conjunto entre instituições governamentais, entidades acadêmicas e empresas da iniciativa privada. Os resultados preliminares do estudo sobre peso por eixo de caminhões elétricos pesados já confirmam os benefícios de rodar com veículos de zero emissões de dióxido de carbono, dentro dos padrões de segurança e de pavimento das estradas brasileiras.

 

O estudo, inédito no país, é liderado pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), com coordenação técnica do Instituto Nacional de Projetos para Trânsito e Segurança (Inprotran), em parceria com a Volvo, a fabricante de pneus Prometon, a Universidade de Brasília (UNB) e o Laboratório de Pavimentação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (LAPAV/UFRGS). (Transporte Moderno)