Caminhão a hidrogênio da GWM desembarca no País ainda neste ano

O Estado de S. Paulo/Mobilidade

 

O caminhão a hidrogênio da GWM vai chegar ao Brasil no último trimestre de 2024. De acordo com a empresa, as primeiras unidades serão usadas em testes. O objetivo da marca chinesa é oferecer o produto para clientes no País num futuro próximo, porém, ainda não há informações sobre os modelos que serão disponibilizados nem a data prevista para o início das vendas.

 

A GWM fornece o sistema de propulsão por meio da FTXT, uma divisão da empresa focada em veículos a hidrogênio. Portanto, não está claro qual marca (ou quais marcas) de caminhão a hidrogênio virá ao Brasil. Por ora, sabe-se que serão cavalos-mecânicos produzidos na China e que têm foco nas operações de médias distâncias. Atualmente, a FTXT fornece o conjunto para empresas como a Changzheng e a FAW.

 

Segundo informações da FTXT, nos dois casos os sistemas equipam caminhões trucados, ou seja, veículos de três eixos. Além disso, nessa configuração há oito cilindros de hidrogênio empilhados atrás da cabine, com capacidade total do conjunto de 40 kg de gás, de acordo com a fabricante. Como resultado, a autonomia é de cerca de 500 km. Em média, o consumo é de 10 kg de hidrogênio a cada 100 km.

 

Sistema tem 110 KW

 

A autonomia, porém, depende de fatores como topografia da via e carga transportada. Nos dois modelos o sistema tem potência de 110 kW (cerca de 150 cv) e, segundo a FTXT, em ambos a capacidade de carga é de 49 toneladas. A companhia também oferece opções de caminhão a hidrogênio em versões rígida e vocacional.

 

Mas elas ainda não estão nos planos da empresa para o Brasil. Segundo a GWM, o desenvolvimento de sistemas de propulsão a hidrogênio começou há duas décadas, com a criação do Programa 863, em 2001. O objetivo é neutralizar as emissões de poluentes pela China

 

Autonomia de 500 km em média, consumo é de 10 kg de hidrogênio a cada 100 km, mas pode variar de acordo com a operação

 

em 2060. Bem antes disso, porém, em 2030, o país deve atingir o pico de geração de gases poluidores. A primeira demonstração dos conjuntos ocorreu há mais de 20 anos.

 

De acordo com a FTXT, os sistemas não se limitam ao caminhão a hidrogênio: eles estão em ônibus e podem ser instalados em trens e até mesmo embarcações. No Brasil, o primeiro posto de hidrogênio deve ser inaugurado em setembro, na USP, em São Paulo. Segundo informações da universidade, o equipamento será o primeiro do mundo a gerar hidrogênio a partir de etanol. O novo posto, porém, será usado para abastecer veículos em teste pela própria universidade. (O Estado de S. Paulo/Mobilidade/Tião Oliveira)