Por causa da greve, Renault deixou de produzir 10,5 mil veículos

AutoIndústria

 

Desde o último dia 7, quando seus funcionários entraram em greve, a Renault deixou de produzir 10.511 veículos, um volume já bem próximo das suas vendas de abril, da ordem de 11,9 mil unidades, e maior do que a média mensal de emplacamentos no ano, de 9,6 mil carros e comerciais leves.

 

Apesar dos visíveis prejuízos, agravados pela falta em sua rede de concessionárias do recém-lançado SUV Kardian, que chegou em março para marcar novo capítulo da marca Renault no País, nada sinaliza por um entendimento entre as partes no curto prazo.

 

A greve entrou hoje, quinta-feira, 23, em seu 17º dia e tanto a montadora como o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba informam não haver negociação em curso que venha a por fim no movimento iniciado com pleitos relativos à PLR, Participação nos Lucros e Resultados, reajuste salarial e melhores condições de trabalho.

 

A Renault insiste que o valor de R$ 25 mil de PLR que está propondo é o maior entre todos os fabricantes de veículos instalados no Brasil. Nesta quinta-feira, 23, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, SP, confirmou acerto de PLR na General Motors de R$ 19 mil.

 

No caso do ABC paulista, que ainda concentra várias montadoras, o sindicato local divulga negociações e acertos com as empresas lá instaladas, mas não informa os valores de PLR. Na semana passada, por exemplo, houve acordo relativo a esse benefício com a Mercedes-Benz.

 

A Renault, por sua vez, informa que segue aberta a negociações, “mas aguarda o retorno ao trabalho tendo em vista a ilegalidade da greve”, conforme decisão do TRT da 9ª região.

 

Já o SMC remarcou para a próxima segunda-feira, 27, a assembleia inicialmente programada para esta quinta, 23. A entidade sindical reivindica em nome dos trabalhadores uma PLR maior — a proposta é de R$ 30 mil — e diz que a Renault precisa melhorar as condições de trabalho e abrir pelo menos 300 novos postos.

 

“O índice de engajamento do trabalhador na linha de produção está em 95%, ou seja, dentro do processo de trabalho, o trabalhador tem apenas 5% de tempo para dar uma respirada ou ir ao banheiro”, informa o SMC, revelando que a proposta é no sentido de a empresa baixar esse índice para 85% ou menos. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)