Banco Volvo anuncia prazos de pagamentos maiores para frotistas do RS

Transporte Moderno

 

Os bancos de montadoras anunciaram nesta semana uma campanha de solidariedade aos clientes do Rio Grande do Sul. Entre as instituições ligadas à Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (ANEF) e focadas em veículos pesados está o Banco Volvo. A iniciativa consiste em aumentar prazos de pagamento e tomar algumas medidas que possam auxiliar os que foram afetados pelas enchentes e possuem veículos da marca.

 

Uma das empresas que está recebendo esse auxílio é a Gabardo Transportes de Veículos. Com as enchentes no estado, os administradores da transportadora viram 150 caminhões da sua frota de 1 mil veículos ficarem debaixo d´água. Dos veículos submersos, pelo menos 100 são da marca de origem sueca, segundo informações do proprietário da empresa, Sérgio Mário Gabardo. De acordo com ele, 500 caminhões da sua frota são da Volvo. “Nós somos um dos maiores frotistas da marca no Rio Grande do Sul.”

 

Auxílio em manutenção

 

Gabardo contou com exclusividade ao portal Transporte Moderno que, além desse apoio financeiro, a Volvo prestará auxílio com manutenção. “Me orientaram a não mexer nos caminhões, pois nos próximos dias estarão pessoalmente na empresa para avaliarem a situação”, diz.

 

O empresário contou ainda que a Volvo se colocou à disposição para resolver os problemas de manutenção que deverão surgir após o ocorrido. “Eles estão dispostos, inclusive, a subsidiar boa parte e manter a garantia”, disse. O executivo acrescentou que o respaldo da montadora tem sido excelente.

 

Diante da frota comprometida por causa das enchentes, Gabardo conta que foi preciso fazer o investimento em 100 novos caminhões para suprir o tempo em que os veículos ficarão parados para manutenção. “Não podemos ficar parados”, finaliza.

 

Desafios após enchentes

 

Em entrevista ao portal Transporte Moderno na semana passada, Sergio Gabardo, que também é presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística no RS (SETCERGS), havia contado que as empresas de transporte da região iriam enfrentar grandes desafios para garantir a mobilidade e a entrega de mercadorias assim que as águas baixarem e as operações puderem ser retomadas. E compartilhou suas preocupações, que não se limitam apenas às condições de tráfego, mas se estendem às dificuldades enfrentadas pelos colaboradores das 400 empresas associadas ao sindicato.

 

“Por trás das transportadoras existem pessoas. Como podemos esperar que alguém que perdeu sua casa e até mesmo entes queridos consiga retomar suas atividades após uma tragédia tão devastadora?”, questiona Gabardo. Segundo ele, juntas, as empresas de transporte da região empregam aproximadamente 50 mil pessoas. “Estimamos que pelo menos 10 mil delas tenham sido gravemente afetadas”. (Transporte Moderno/Aline Feltrin)