Transporte Moderno
O recente desastre ambiental causado por enchentes no Rio Grande do Sul impactou significativamente a produção de veículos no Brasil. Com a inundação que afetou áreas-chave de produção e estoque, a indústria automotiva se vê diante de desafios complexos. Conforme levantamento da Bright Consulting divulgado para a imprensa nesta última quarta-feira (15), a produção nacional de caminhões e ônibus também foi atingida, com uma queda de 50%, resultando em uma perda adicional de 6 mil unidades de todas as marcas.
Segundo o sócio-proprietário da consultoria, Cassio Pagliarini, a situação se agrava quando se observa o impacto nos veículos novos armazenados em concessionárias locais, incluindo leves e pesados. “Estima-se que aproximadamente 3 mil desses veículos foram inutilizados devido à inundação”, diz.
Conforme o consultor, esses números são ainda mais preocupantes quando se considera a extensão da frota circulante no Rio Grande do Sul, que totaliza 2,8 milhões de unidades. Com uma estimativa de 5% a 10% desses veículos agora potencialmente inutilizados, a necessidade de substituição se torna premente.
Tempo longo para recuperação
Prevê-se que a reposição desses veículos perdidos demandará um longo período, com projeções indicando pelo menos 20 meses de vendas para recuperar o estoque. No entanto, apenas 30% dessas vendas poderão ser cobertas por seguros, o que levanta questões sobre a capacidade das empresas de seguros de lidar com a demanda e auxiliar na recuperação do setor.
De acordo com Pagliarini, diante desse cenário desafiador, o setor automotivo enfrenta uma corrida contra o tempo para mitigar os impactos do desastre e encontrar soluções eficazes para a reposição dos veículos perdidos. A situação também destaca a importância de estratégias de gestão de riscos e a necessidade de uma resposta coordenada e eficiente para lidar com crises dessa magnitude.
As fábricas localizadas próximo a Porto Alegre e nas bacias inundadas terão quebra de produção e necessidades diversas de recomposição de maquinário. Todas deverão experimentar falta de energia elétrica em determinados momentos.
Pelo menos 30 dias deverão transcorrer para que as estradas voltem a ficar transitáveis e 60 dias para permitir a reconstrução das fábricas de componentes atingidas. Muitos dos fornecedores de freios e implementos rodoviários para caminhões e ônibus estão localizados no Rio Grande do Sul. (Transporte Moderno/Aline Feltrin)