A Stellantis quer importar “fábrica” de motores

AutoIndústria

 

Sem revelar maiores detalhes do projeto, o MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, informou que a Stellantis – que ainda consta como FCA Fiat Chrysler nos dados do órgão – solicitou créditos do Mover para relocalização de uma fábrica de motores, vinda de outro país

 

É um investimento previsto de R$ 454 milhões, com geração de 600 empregos diretos. Os dados constam de comunicado divulgado pelo MDIC nesta sexta-feira, 10, no qual adianta que já são 69 as empresas habilitadas ao Mover, com projetos variados como esse da Stellantis e também um da Ford que não tem mais produção no País, mas quer investir em seu centro de pesquisas local.

 

No caso da Stellantis, a fábrica deve ser originária da Fiat, Jeep ou Chrysler, visto que a PSA, que contemplava Peugeot e Citroën, aparece na lista do ministério em bloco separado.

 

Devido ao caminho de descarbonização que está sendo seguido no Brasil pela Stellantis e outras montadoras, que prioriza o híbrido flex a etanol, os motores a combustão devem sobreviver aqui por mais tempo. Daí o interesse em trazer linhas de fora, principalmente de mercados nos quais os modelos 100% elétricos devem dominar.

 

Ainda não consta da lista das habilitadas nenhuma montadora com planos de produzir localmente, como a BYD — que confirmou ter entrado com pedido junto ao MDIC — e a GWM. Ambas chinesas, a primeira terá fábrica em Camaçari, BA, onde antes operava a Ford, e a segunda em Iracemápolis, SP, nas antigas instalações da Mercedes-Benz.

 

A Stellantis anunciou em março investimento de R$ 30 bilhões no Brasil em encontro do seu CEO mundial, Carlos Tavares, com o presidente Luís Inácio Lula da Silva.

 

“Entre renovação de linha e lançamentos inéditos, serão 40 modelos apresentados no período e oito novos powertrains, revelou na ocasião o COO da empresa na América do Sul, Emanuele Cappellano”

 

É bem provável que o investimento citado pelo MDIC para a importação de uma linha de motores da ordem de R$ 454 milhões esteja previsto neste novo ciclo de aporte do grupo no Brasil. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)