O Estado de S. Paulo
Por cinco votos a quatro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual, de 10,75% para 10,50% ao ano. A decisão interrompeu um ciclo de seis cortes consecutivos de 0,50 ponto. Votaram pela redução de 0,25 ponto os dirigentes mais antigos do BC: Roberto Campos Neto (presidente da instituição),
Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Otávio Ribeiro Damaso e Renato Dias de Brito Gomes. Indicados no governo Lula, Gabriel Galípolo, Ailton de Aquino, Paulo Picchetti e Rodrigo
Teixeira votaram por um corte de 0,50 ponto. Galípolo é visto pelo mercado como favorito para assumir o comando do BC ao fim do mandato de Campos Neto, em dezembro. Em comunicado, o Copom atribuiu a decisão de ontem ao “ambiente externo”, que se mostra “mais adverso” por causa da política de juros dos EUA, e ao cenário doméstico, com expectativas sobre a inflação.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu ontem a Selic em 0,25 ponto porcentual, de 10,75% para 10,5% ao ano, interrompendo um ciclo de seis cortes consecutivos de 0,50 ponto.
A decisão dividiu o colegiado. Votaram pela redução de 0,25 ponto os membros mais antigos: o presidente do BC, Roberto Campos Neto; Carolina de Assis Barros; Diogo Abry Guillen; Otávio Ribeiro Damaso; e Renato Dias de Brito Gomes. Já os indicados pelo governo Lula votaram pela manutenção de 0,5 ponto: Gabriel Galípolo; Ailton de Aquino, Paulo Picchetti e Rodrigo Teixeira. Galípolo é visto no mercado como favorito para assumir o comando do BC com o fim do mandato de Campos Neto, em dezembro.
Em comunicado, o Copom atribuiu a decisão ao “ambiente externo”, que se mostra “mais adverso, em função da incerteza elevada e persistente” sobre o corte de juros nos EUA. Disse também que, no cenário doméstico, “o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho tem apresentado maior dinamismo do que o esperado” – com efeito sobre as expectativas da inflação.
“O comitê reforça, com especial ênfase, que a extensão e a adequação de ajustes futuros na taxa de juros serão ditadas pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”, afirmou o Copom, desta vez sem dar indicações sobre a magnitude de novos cortes dos juros.
Para o economista-chefe do banco BV, Roberto Padovani, a falta de consenso ontem no Copom indica “as preferências do próximo BC”. Ele esperava um corte de 0,25 ponto só a partir de junho, mas concordou que o cenário atual é de expansão fiscal e mercado de trabalho aquecido. Já Leonardo Costa, da ASA Investments, chamou a atenção para trecho do comunicado, que passou a ver a expectativa de inflação “desancorada” (fora das metas), e não mais “parcialmente desancorada”. (O Estado de S. Paulo)