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Em uma jogada ousada em direção à energia sustentável, a Shell está sacudindo suas operações de varejo, fazendo uma aposta estratégica em estações de carregamento de veículos elétricos (EVs). Essa mudança ambiciosa, delineada no relatório Estratégia de Transição Energética 2024 da Shell, sublinha seu compromisso em atender às preferências dos consumidores em evolução e à mudança global em direção à eletrificação.
O gigante da energia planeja desativar aproximadamente 1.000 locais de propriedade da Shell e de joint ventures anualmente em 2024 e 2025, reduzindo sua presença de varejo em 2,1% em relação ao seu total atual de 47.000 locais em todo o mundo. Esse movimento sinaliza a dedicação da Shell em redefinir sua rede de varejo para se alinhar com a acelerada transição energética, conforme relatado pela Bloomberg News.
A mudança da Shell envolve uma expansão substancial de suas capacidades de carregamento de VE, com foco em instalações de carregamento público. Reconhecendo a necessidade crucial de soluções de carregamento público acessíveis, especialmente em regiões como a América do Norte, onde o carregamento residencial é prevalente, a Shell pretende aumentar seus investimentos em infraestrutura de carregamento público.
Essa iniciativa reflete a capacidade de resposta da gigante do petróleo às mudanças de mercado, com o objetivo de aprimorar sua rede de varejo com opções de carregamento de VE expandidas e serviços de conveniência aprimorados. Até 2030, a Shell visa aumentar seus pontos de carregamento de 54.000 para um impressionante número de 200.000, demonstrando um investimento significativo na mobilidade elétrica.
Mirando mercados na China e na Europa, onde a demanda por estações de carregamento público de veículos elétricos é alta, o foco estratégico da Shell permanece afiado. Apesar dos recentes abrandamentos no mercado de VE dos EUA, a Shell permanece otimista, citando investimentos estratégicos na base industrial de VE da China como movimentos cruciais.
A abordagem da Shell integra o carregamento de VE com ofertas de varejo de conveniência, fornecendo aos clientes comodidades como café e alimentos durante sua experiência de carregamento. Esse modelo de serviço integrado visa melhorar a satisfação e a fidelidade do cliente, ao mesmo tempo em que projeta um forte retorno financeiro sobre o investimento.
No Brasil, a Raízen Power, licenciada da marca Shell Recharge, adquiriu recentemente toda a rede de recarga de veículos elétricos da startup Tupinambá. O acordo entre as empresas contempla 204 carregadores de corrente alternada (AC) e tem potencial de expandir para mais de 600 pontos adicionais de 7,4 a 22 kW de potência. Com esta aquisição, a Shell Recharge entrou no mercado de carregadores de menor potência, lembrando que até então a empresa atuava com carregadores rápidos (DC). (InsideEvs/Julio Cesar)