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Dias após a publicação do marco regulatório, a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati) anuncia que suas 112 empresas associadas, as mais relevantes das regulares atuantes no mercado, farão um investimento de mais 2,5 bilhões em 2024 no setor.
O valor anunciado já está sendo investido em contratos com os fabricantes de chassis Mercedes-Benz, Scania e Volvo e os fabricantes de carrocerias como a Marcopolo, Busscar e Comil, que são as mais utilizadas no segmento. De acordo com Paulo Porto, presidente do conselho deliberativo da associação, “a segurança jurídica necessária para realizar esses investimentos se tornou presente nessa nova normativa que, apesar de algumas imperfeições, contempla as premissas essenciais necessárias para se obter um transporte público com maior qualidade” afirma.
Em relação a frota rodoviária, dados da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) de 2023 mostram que os quase dez mil veículos registrados no sistema regular de linhas possuem idade média de 7,5 anos de uso. Porém, ainda no ano passado, de acordo com informações da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) essa frota teve um aumento de 21,85%. O investimento previsto, apenas pra frota, para 2024 chega a ultrapassar em 35% o já realizado anualmente pelas empresas, ou seja, essa ação acrescentará ainda uma maior diversificação dos serviços.
Além da frota, investimentos em tecnologia já são realizados e vão aumentar exponencialmente no ano corrente. Serão produzidas novas gerações de aplicativos que realizam o monitoramento da demanda, revenue management e análise da concorrência. Essa tecnologia chega para tornar as demandas mais previsíveis, fazer o planejamento ser mais eficaz e os preços serem ainda mais competitivos, pois veículos mais modernos com planejamento e operações mais eficazes evitam desperdícios de recursos e tornam as operações mais ecológicas.
“A simetria de concorrência vai permitir uma competição saudável e segura para o consumidor e empresário. Primeiramente porque ambos terão a certeza da continuidade dos serviços e também porque haverá o elemento da previsibilidade que possibilita investimentos em fontes alternativas de energia para as instalações, projetos sociais, formação profissional e contratações. Existem toda uma gama de projetos que agora serão desbloqueados”, afirma Paulo Porto.
O ganho desses investimentos não é apenas para os viajantes. Segundo o painel de emprego da Confederação Nacional de Transportes (CNT) nos últimos dois anos o número de admissões foi de mais de 24 mil e, segundo Porto, esse número deve aumentar em cerca de 30% com as medidas anunciadas pelas associadas. Por meio dessas contratações devem ingressar motoristas, mecânicos e, especialmente, novos profissionais nas áreas de desenvolvimento tecnológico, comunicação, publicidade, recursos humanos e cultura. Essas vagas serão abertas em diversas cidades fora do grande eixo econômicos do país, que vão além das capitais.
Levando em consideração o Mapa do Turismo Brasileiro, do ministério do Turismo, o país registra 2.542 cidades turísticas, destas 89% são atendidas pelo transporte rodoviário regular. “A Abrati prevê um ano de muito otimismo e caminhos desobstruídos para o segmento, agora é aquecer os motores pois a chave já foi virada”, diz o presidente da associação. (Technibus)