AutoIndústria
O plano de investimento atual, de R$ 7 bilhões, ainda vai até 2026 e dos 11 lançamentos previstos, ainda faltam quatro. Mas a Volkswagen já acertou um novo ciclo com os trabalhadores de suas quatro fábricas brasileiras, que comemoraram em novembro a extensão dos acordos coletivos entre sindicatos e montadora até 2028.
Na noite da última segunda-feira, durante evento na capital paulista, o CEO da Volkswagen do Brasil, Ciro Possobom, fez balanço da marca em 2023, garantiu que “em breve” a montadora divulgará novos investimentos no País e anunciou a meta de a marca ampliar participação em 2024, “num mercado total de veículos leves que deve crescer entre 5% e 10%”.
Com um slide, ao fundo, dos metalúrgicos aprovando os novos projetos para a fábrica do ABC paulista, Possobom citou indiretamente a General Motos ao destacar que “diferente de outras empresas que estão enfrentando greve, nós estamos indo para frente, fechando acordos até 2028”.
Como é de conhecimento público, a GM demitiu funcionários por telegramas e e-mails, enfrentou greve e só depois fechou acordo para abertura de PDV, Programa de Demissão Voluntária, nas fábricas paulistas.
É sabido também que a marca estadunidense pretende passar direto do motor à combustão para o elétrico, enquanto Possobom voltou a destacar posição da empresa, que conta com apoio itegral da matriz, de investir em híbridos flex no Brasil, “melhor caminho para a transição local rumo à eletrificação”.
O executivo lembrou que a marca é a que mais cresce em volume de vendas no País, além de ser líder entre os carros de passeio e SUVs. Neste ano em que completou 70 anos de Brasil, lançou nove produtos, incluindo o início da estratégia local de eletrificação, com o SUV ID.4 e o ID.Buzz, a Kombi elétrica.
Sobre a extensão dos acordos coletivos até 2028, Possobom comentou que com a conclusão da negociação, que envolve veículos e novos sistemas de propulsão que serão desenvolvidos e produzidos pela marca no Brasil. Ele não adiantou modelos, mas o Sindicato do ABC revelou projeto de fabricação de dois híbridos na fábrica do ABC paulista.
Em conversa com jornalistas, o CEO da Volkswagen admitiu que há risco de o novo ciclo de investimento ser afetado caso seja prorrogados os incentivos para o setor automotivo no Centro-Oeste, Norte e Nordeste.
Sobre a votação na Câmara dos Deputados, que deve ocorrer esta semana, o executivo disse ser difícil prever o que ocorrerá. Mas já adiantou que só é aceitável a extensão do prazo de benefícios até 2032 se for limitado ao desenvolvimento de novas tecnologias, ou seja, à produção de híbridos e elétricos.
“Não há mais sentido em incentivar produção de veículos a combustão no Nordeste. Um carro produzido tem custo R$ 20 mil inferior ao de um similar fabricado no Sul e Sudeste. Nçao faz setnido. Tem de ter equilíbrio fiscal no País”.
A volta à vice-liderança
Com 315.051 unidades já vendidas neste ano, sendo 70.841 emplacamentos a mais do que no mesmo período de 2022, a Volkswagen retomou o posto de vice-líder mercado de veículos leves, posto que havia perdido em 2012.
O Volkswagen Polo é líder entre os automóveis, com 99 mil licenciamentos entre janeiro e novembro. No segmento de SUV, a marca alemã desbancou a Jeep, que há anos liderava em vendas.
Os SUVs da marca – T-Cross, Nivus, Taos e Tiguan – somam mais de 130 mil unidades comercializadas neste ano, O T-Cross é o SUV mais vendido do Brasil, com mais de 66 mil unidades emplacamentos. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)