O Estado de S. Paulo
A Volkswagen Caminhões e Ônibus em Resende (RJ) chamou de volta 400 funcionários que estavam com os contratos de trabalho suspensos há seis meses e voltou a operar em dois turnos. Desde o início de maio, a linha de produção estava funcionando em apenas um turno. A retomada tem relação com a entrega de 5,2 mil ônibus que será feita em razão da licitação do Programa Caminho da Escola, do governo federal, vencida pela multinacional.
Com o fim da suspensão para a equipe, a planta de Resende volta a funcionar com 5,2 mil funcionários, incluindo o pessoal das fábricas de componentes que operam dentro do complexo produtivo, no chamado sistema modular.
O presidente da VWCO, Roberto Cortes, informou que esse foi o maior volume de encomendas de ônibus escolares desde que teve início o Programa Caminho da Escola, do governo federal, em 2007. “Os novos ônibus começarão a ser produzidos em janeiro e as entregas ocorrerão até o fim do ano”, informa Cortes.
Ele também aposta que os mercados de ônibus e de caminhões devem apresentar recuperação no próximo ano, o que exigirá maior ritmo das linhas de produção.
Neste ano, até outubro, a produção total de ônibus caiu 35,2%, para 17,4 mil unidades. A de caminhões teve queda de 37,8%, somando 82,2 mil unidades, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
No mesmo período, a Volkswagen registrou alta de 8,6% nas vendas de ônibus e queda de 24,5% nas de caminhões. O principal motivo, segundo Cortes, foi a introdução da nova tecnologia Euro 6, menos poluente e mais eficiente que a anterior, porém mais cara, o que levou a um recuo dos pedidos pelas empresas. “A queda foi maior do que esperávamos”, afirmou o executivo.
Como o impacto da alta dos preços na mudança da tecnologia já está sendo absorvido pelas transportadoras, há uma maior estabilidade política em relação ao fim de 2022 e início deste ano, e com os juros começando a cair, Cortes disse acreditar na recuperação do mercado no próximo ano, mas não arrisca fazer uma projeção. (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)