Fábrica da Volvo no Brasil completa 15 anos sem destinar resíduos a aterros sanitários

Truck & Bus Builder América do Sul

 

A Volvo informou que desde 2008, mais de 50 mil toneladas de resíduos gerados pela sua fábrica em Curitiba, no Paraná, deixaram de ser encaminhadas para os aterros sanitários. Responsável pela produção dos caminhões e chassis de ônibus da marca para a América Latina, foi uma das operações pioneiras do grupo no mundo a alcançar a marca de aterro zero.

 

Reconhecida como destaque em manufatura 4.0, com modernos processos de gestão de produção, a fábrica de Curitiba transformou-se em referência também em sustentabilidade. O vice-presidente de manufatura, Cyro Martins, declarou que no início dos anos 90 a empresa iniciou a separação de resíduos orgânicos e recicláveis. Depois, o processo foi gradativamente aprimorado e reforçado pela cultura interna de respeito ao meio ambiente.

 

“Desde 2008, passamos a dar destinação totalmente controlada de todos os nossos resíduos, sem enviar nada para aterros sanitários ou industriais desde então”, afirma o executivo.

 

Circularidade

 

O diretor de saúde, segurança e meio ambiente da Volvo, Sérgio Lazarini, declarou que além do processamento adequado e envio para a reciclagem nos últimos cinco anos a Volvo reduziu em 23% a geração de resíduos para cada caminhão ou chassi de ônibus fabricado em Curitiba.

 

Explicou que a empresa tem uma hierarquia de resíduos e sempre prioriza a compostagem, recuperação, reciclagem ou reutilização e que o foco está no conceito de circularidade.

 

Com o processo de circularidade, a empresa trabalha para prolongar os ciclos de vida, reutilizando o que pode ser reutilizado, reciclando os resíduos e reduzindo continuamente o impacto ambiental das operações, destaca Sérgio Lazarini.

 

Abordagem sustentável

 

Em 2022, aproximadamente 162 toneladas de resíduos foram reutilizadas em um processo denominado de leilão de resíduos. Equipamentos, máquinas e material eletrônico são destinados ao reaproveitamento de outras empresas ou doados a instituições sociais.

 

Lazarini explicou que a preferência por embalagens retornáveis é padrão na Volvo e que a maioria das peças que chegam à produção são transportadas em caixas de madeira ou plástico retornáveis e muitas delas operam há mais de uma década no fluxo logístico.

 

No Centro de Distribuição de Peças, localizado em São José dos Pinhais, caixas de papelão são reaproveitadas para o envio de componentes para as concessionárias da marca. Além disso, foi implementado um processo de transformação de resíduos de papelão em material para proteção das peças, criando um fluxo circular de recursos. Ao todo, no último ano mais de 51 toneladas de papelão foram reutilizadas nesses processos.

 

Trabalho na origem

 

Entender e trabalhar na origem do resíduo é uma ação importante para reduzir sua geração ou aumentar seu reaproveitamento na cadeia. A Volvo tem a maior oportunidade de influenciar o ciclo de vida dos produtos na fase inicial dos projetos, considerando a perspectiva de sustentabilidade para os materiais, processos, tecnologias e modelos de negócio desde o início, considera Carolina Carvalho, engenheira ambiental da Volvo.

 

Envolvimento da cadeia

 

A Volvo exige de seus fornecedores que migrem gradativamente da economia linear para a circular. Para cada novo fornecedor agregado à cadeia de suprimentos é realizada uma rígida avaliação do índice que mede o impacto das atividades do homem sobre a natureza, a partir da quantidade de dióxido de carbono (CO2) que elas emitem. (Truck & Bus Builder América do Sul)