Renault Twingo celebra 30 anos e ainda é referência entre compactos

Motor 1

 

A estreia no Salão do Automóvel de Paris, em outubro de 1992, não poderia ter sido mais espetacular. Quando a Renault retirou a capa do novo Twingo, um murmúrio percorreu a multidão antes que os flashes começassem. O mundo nunca tinha visto nada igual. Um carro pequeno com um conceito MPV futurista que rompeu radicalmente com as formas tradicionais desse segmento e da marca.

 

Apesar de seu exterior bonito, o Twingo foi uma revolução que redefiniu sua categoria. Além disso, ele provou ser confiável no uso diário e tem sido constantemente aprimorado ao longo do tempo.

 

Até mesmo os presidentes estão comprando

 

O Twingo, cujo nome é uma mistura de Twist, Swing e Tango, chegou ao mercado no início de 1993. No total, cerca de 2,42 milhões de unidades saíram das linhas de montagem. A história do Renault Twingo é repleta de anedotas: esse modelo foi o presente de despedida do Partido Socialista para o presidente francês que estava deixando o cargo, François Mitterrand, em 1995. Ele podia escolher entre um Twingo azul e um vermelho. Mitterrand, um verdadeiro socialista, escolheu o vermelho.

 

O formato característico do pequeno carro tem suas origens no protótipo Matra P41, no Renault Vesta II e no Beskid 106 da Polônia. As características da primeira geração do Twingo formavam uma dianteira curta, com três entradas de ar no capô. Com seu design inteligente, especialmente em termos de espaço, o Twingo segue a tradição do Renault 4, que herdou com o último Kangoo.

 

Não tão rápido?

 

A Renault acompanhou o lançamento do Twingo no mercado com um anúncio popular em 1993. No entanto, o pequeno carro não era tão rápido quanto foi anunciado: sob o capô havia um motor a gasolina de 1,3 litro com apenas 54 cv, já usado no Renault 5 em 1993. A partir de maio de 1996, surgiu um moderno motor de 1,2 litro, que desenvolvia até 75 cv.

 

A receita de sucesso do primeiro Twingo era uma mistura engenhosa de charme juvenil e versatilidade única. Com apenas 3,43 metros de comprimento, o pequeno carro oferecia muito espaço (apesar de os assentos serem muito curtos). Um dos destaques era o banco traseiro, que podia ser movido 170 milímetros.

 

Dependendo do uso pretendido, havia um generoso espaço para as pernas na parte traseira ou até 261 litros de espaço de carga disponível. O espaço acima da média foi possível graças à combinação de uma longa distância entre eixos (2,34 metros), uma largura impressionante (1,63 metros) e uma altura razoavelmente baixa (1,42 metros).

 

Melhorias ao longo do tempo

 

A lista de equipamentos do primeiro Twingo, em 1993, era bastante simples, com apenas dois extras: ar-condicionado e teto-solar em lona. A primeira variante “superior” finalmente continha outras personalizações, como interiores de couro, que eram reservados para veículos muito maiores, e até mesmo um rádio com navegação disponível mediante solicitação.

 

A Renault também aprimorou o Twingo várias vezes ao longo de seus 15 anos de vida, por exemplo, com o Quickshift-5, a inovadora transmissão manual automatizada que tornou desnecessário o pedal da embreagem. Dois airbags frontais e dois laterais foram adicionados posteriormente. Em 1998, o Twingo recebeu um facelift completo com a Fase II, que incluiu para-choques dianteiros e traseiros pintados e modificados, um novo painel de instrumentos interno e algumas modificações técnicas.

 

Uma versão de luxo chamada ‘Initiale’, com bancos de couro, ar condicionado e um sistema de navegação opcional, foi introduzida em 1999. No final de 2000, o Twingo passou por uma modernização completa (tecnologias de segurança, freios, motor) com a Fase III. No outono de 2004, o Twingo recebeu outro leve facelift com a Fase IV, reconhecível pelo diamante da Renault na porta traseira.

 

Em agosto de 2004, o motor D7F de 8 válvulas foi substituído pelo D4F 708 de 16 válvulas. O desempenho do motor básico permaneceu inalterado em 44 kW (60 cv). Foi somente em março de 2007 que a Renault apresentou a segunda geração do Twingo. No entanto, ele perdeu muito de seu charme original e foi frequentemente criticado.

 

Alguns fãs, no entanto, conseguiram dar vida a versões superpotentes do Twingo. Entre elas, uma versão de 2.200 cv movida a turbina de avião e uma variante V8 de 3,5 litros da Land Rover. (Motor 1/Roland Hildebrandt, traduzido por Leo Fortunatti)