GM cancela demissões após derrotas na Justiça

Diário do Grande ABC

 

A GM (General Motors) cancelou as 1.245 demissões que havia anunciado há duas semanas nas fábricas de São Caetano, São José dos Campos e Mogi das Cruzes. A decisão da montadora ocorre após sucedidas derrotas nos TRTs 2 e 15 (Tribunal Regional do Trabalho da 2ª e da 15ª Regiões), respectivamente em São Paulo e Campinas, e no TST (Tribunal Superior do Trabalho), em Brasília.

 

A decisão da empresa, tomada neste sábado (dia 4), foi comunicada aos sindicatos das três cidades. Em São Caetano, a revogação será comunicada aos trabalhadores durante a assembleia marcada para as 6h, na portaria da empresa. “Ganhamos. Agora abrir a negociação para garantir o pagamento dos dias parados e também assinar o acordo para a readmissão dos trabalhadores”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, que classificou o momento como “Uma vitória histórica”.

 

Depois de a Justiça do Trabalho ter concedido liminar para a recontratação dos trabalhadores, primeiro em São José dos Campos e depois em São Caetano e Mogi das Cruzes, a GM entrou com um agravo TRT, pedindo o cancelamento da recolocação, mas foi derrotada por três votos a zero. Recorreu no TST, em Brasília, e também perdeu.

 

Confira a nota da empresa:

 

“No dia 23 de outubro de 2023 a General Motors rescindiu contratos de trabalho de parte dos empregados das fábricas de São Caetano, São José dos Campos e Mogi das Cruzes. A medida foi tomada após várias alternativas atendendo as necessidades de cada fábrica como, lay-off, férias coletivas, days off e proposta de um programa de desligamento voluntário, essa não aprovada nas fábricas, sem a proposição de qualquer alternativa.

 

Os Tribunais Regionais do Trabalho decidiram pelas reintegrações dos empregados, cujo cumprimento vem sendo implementado pela empresa desde o recebimento das ordens judiciais.

 

Seguiremos comprometidos com o diálogo e com a transparência para que possamos chegar a um rápido acordo, que seja justo e que nos permita seguir produzindo e investindo no país.”

 

Histórico

 

No dia 21 de outubro, trabalhadores das três fábricas receberam telegramas comunicando as demissões. No mesmo dia, a GM informou que “a queda nas vendas e nas exportações levaram a General Motors a adequar seu quadro de empregados”. E que já havia tentado outras alternativas, como lay-off (suspensão temporária de contrato de trabalho), férias coletivas, days-off e proposta de um programa de desligamento voluntário.

 

No domingo, dia 22, foi realizada assembleia em São Caetano, com a deliberação de greve para iniciar no dia 23, após assembleia realizada na empresa. Desde então os trabalhadores estão de braços cruzados. Neste domingo, será o 14º dia de paralisação. (Diário do Grande ABC/Nilton Valentim)