Com novo corte, Selic fica em 12,25%

O Estado de S. Paulo

 

O Banco Central cortou em 0,5 ponto a taxa Selic, agora em 12,25% ao ano. Em meio à discussão sobre a meta fiscal de 2024, BC destacou a importância de o governo perseguir o plano estabelecido, que prevê déficit zero.

 

Em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou ontem novo corte de 0,5 ponto porcentual para a Selic, que passou de 12,75% para 12,25%, no momento em que o governo discute a revisão da meta de déficit zero para as contas públicas em 2024. Foi o terceiro corte consecutivo.

 

Em comunicado divulgado após a reunião, o colegiado repetiu a defesa da “firme persecução” das “metas fiscais já estabelecidas” para a redução das expectativas de inflação. “Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas”, diz o texto.

 

Como o Estadão informou, o valor da nova meta fiscal vai depender de uma definição mais clara de quanto o governo conseguirá obter de aumento de receitas com as medidas já apresentadas ao Congresso. Para atingir a atual meta, a equipe econômica teria de buscar R$ 168,5 bilhões em receitas extras.

 

O BC afirmou que o novo corte da taxa básica de juros foi “compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e o de 2025”.

 

O Copom indicou ainda que, mantidas as condições atuais, a Selic poderá ser reduzida “na mesma magnitude” (em 0,5 ponto) nas próximas reuniões. O colegiado volta a se reunir no início de dezembro. “Em se confirmando o cenário esperado, os membros do comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, diz o comunicado do Copom. (O Estado de S. Paulo/Eduardo Rodrigues e Célia Froufe)