O Estado de S. Paulo Online
As fábricas da General Motors (GM) em São Paulo estão paradas desde a manhã desta segunda-feira, 23, por causa da greve aprovada pelos trabalhadores em assembleias contra as demissões anunciadas pela montadora no sábado, 21.
Segundo três sindicatos que representam os metalúrgicos, as unidades só voltarão a produzir após a GM cancelar as demissões, comunicadas por telegramas e e-mails enviados a trabalhadores das plantas de automóveis em São José dos Campos e São Caetano do Sul, assim como da unidade que produz componentes em Mogi das Cruzes.
Ainda não há informações sobre o total de trabalhadores atingidos, mas o sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos fala em demissões em massa. O de Mogi das Cruzes calcula em mais de 100 cortes, de um total de 470 funcionários.
Em nota divulgada hoje, a montadora confirma as paradas de produção e reitera que a queda nas vendas e nas exportações levaram a General Motors a adequar seu quadro de empregados. Diz que a medida “foi tomada após várias tentativas atendendo as necessidades de cada fábrica como, lay off, férias coletivas, days off e proposta de um programa de desligamento voluntário”.
A empresa afirma ainda entender “o impacto que esta decisão pode provocar na vida das pessoas, mas a adequação é necessária e permitirá que a companhia mantenha a agilidade de suas operações, garantindo a sustentabilidade para o futuro”. A GM não informou o total de demitidos.
Paralisação no interior de SP terá início nesta segunda-feira; cortes também foram realizados nas fábricas de São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes; montadora cita queda nas vendas
O sindicato de São José dos Campos acusa a montadora de romper um acordo de manutenção de empregos assinado em junho, quando a GM suspendeu contratos de 1,2 mil trabalhadores e reduziu a apenas um turno a produção da unidade que produz a picape S10 e o utilitário esportivo TrailBlazer. Segundo o sindicato, as demissões atingiram não só os trabalhadores que estavam na fábrica, mas também os que estão em layoff, isto é, com contratos suspensos.
Com a greve, só a fábrica de São José dos Campos deixa de montar cerca de 150 carros por dia, diz o sindicato. A unidade, além de veículos, produz motores e transmissão. “Não vamos produzir um parafuso sequer enquanto as demissões não forem canceladas”, promete o vice-presidente do sindicato de São José dos Campos, Valmir Mariano. (O Estado de S. Paulo Online/Eduardo Laguna e Cleide Silva)