O avanço do Hidrogênio no transporte coletivo rodoviário

Truck & Bus Builder América do Sul

 

Os veículos movidos a Fuel Cell (células de combustível de Hidrogênio) são uma das atrações da 50ª edição da Busworld Europa, maior evento global da indústria do ônibus, realizada em Bruxelas até o próximo dia 12 de outubro. A aplicação mais abrangente da tecnologia está sendo comprovada pelo grande número de novos modelos apresentados pelos principais fabricantes.

 

De urbanos a rodoviários de alto luxo para longas viagens, os modelos movidos a células de combustível ganham mais força a cada dia. Apesar de mais caros do que os elétricos (em torno de 20%), os veículos a Hidrogênio apresentam várias vantagens para as aplicações de longa distância (rodoviários) e também para os urbanos, o que deverá ampliar a sua presença no transporte coletivo nos grandes centros urbanos.

 

No caso dos rodoviários, a autonomia pode chegar aos 800 quilômetros, com tempo de reabastecimento de menos de dez minutos. Várias empresas apresentaram modelos, entre eles a Marcopolo, com o Audace 1050 Fuel Cell, produzido na sua fábrica da China. O veículo exposto tem configuração com autonomia para cerca de 500 quilômetros, mas a empresa já desenvolve a opção com alcance de 800 quilômetros.

 

A grande vantagem do Hidrogênio é que, além de possibilitar maior autonomia, todo o sistema é muito mais compacto, leve e simples, inclusive com packs menores de baterias (quatro no caso do ônibus da Marcopolo), garantindo mais espaço para passageiros e carga. Permite ainda a modularização do conjunto, de acordo com a aplicação e percurso a ser realizado.

 

A autonomia é definida pela quantidade e capacidade dos cilindros de Hidrogênio. Cada cilindro tem capacidade entre cinco e sete quilos da substância (depende da pressão utilizada, que pode ser de 350 ou de 700 Bar) e são necessários, em média, sete quilos para percorrer 100 quilômetros. No caso do modelo da Irizari6 S, são 8 cilindros, com 700 Bar de pressão, gerando 56 kg de Hidrogênio e autonomia de mais de 800 quilômetros, segundo a fabricante

 

Os ainda pontos fracos dessa tecnologia são o elevado custo de aquisição e a infraestrutura de abastecimento. Existem hoje na Europa pouco pontos de abastecimento, o que está sendo ampliado rapidamente. Por outro lado, por garantir longo alcance, não são necessários tantos pontos de abastecimento em relação aos modelos elétricos.

 

Outro ponto ser analisado é que, para veículos comerciais pesados, atualmente o mais indicado são os postos de reabastecimento de 350 Bar. Apesar de levar mais tempo (cerca de 10 minutos) para abastecer os cilindros, permite colocar até 40 kg do gás de uma vez. As bombas de 700 Bar de pressão permitem apenas 10 kg, o que é pouco para um ônibus.

 

A aplicação da tecnologia ganha força também entre os fabricantes de ônibus urbanos. A polonesa Solaris anunciou na Busworld as maiores vendas de urbanos a Hidrogênio do mundo, no total de 600 unidades para entrega até 2024. O objetivo de desenvolver uma economia com zero carbono e as vantagens em termos de capacidade de passageiros e reabastecimento são os principais fatores para que cidades como Barcelona, na Espanha, Milão, Na Itália, e Colônia, na Alemanha terem optado pelos veículos para o transporte coletivo público. (Truck & Bus Builder América do Sul)