GWM: fabricante que não estiver preparada para a eletrificação estará fora do jogo

AutoIndústria

 

A GWM avalia que apesar da evolução ocorrida nos veículos nacionais nos últimos anos, a indústria automotiva brasileira parou no tempo, com o mesmo conceito de produto desembarcado por aqui na década de 90, com abertura dos portos.

 

“Lá fora, Europa e China, por exemplo, há mais de dez anos o setor trabalha em cima da eletrificação e conectividade”, comparou Oswaldo Ramos, diretor comercial da GWM, durante uma apresentação on-line, nesta quinta-feira, 21, na qual reafirmou os compromissos da marca no País. “Todo mundo já poderia ter lançado híbridos por aqui.”

 

Para o executivo, a indústria nacional de veículos tem pela frente uma grande oportunidade para rever conceitos e, até mesmo, potencial de se tornar exemplo global na rota em busca da neutralidade em carbono.

 

“O programa Mobilidade Verde (substitui a segunda fase do Rota 2030), em fase final de elaboração pelo governo, deverá viabilizar as tecnologias de eletrificação para o consumidor brasileiro, além de dar norte para os próximos cinco anos. Com a contribuição do etanol, o País tem a melhor solução para a descarbonização quando avaliada do poço à roda.”

 

Ramos entende que a trajetória de aumento de participação de veículos eletrificados no mercado segue em ritmo lento e constante até alcançar em torno de 5%. A partir daí, a velocidade muda.

 

“É o ponto de inflexão, quando já se observa vendas consistente e alguma infraestrutura consolidada. Ocorreu assim nos outros mercados. Esse índice está próximo, chegaremos a ele em dois anos, no máximo. E que não estiver preparado certamente estará fora do jogo.”

 

Para não perder o bonde, o diretor espera ansioso o Mobilidade Verde, bem como prepara a estrutura de Iracemápolis (SP) para começar a produzir modelos eletrificados a partir do meio do ano que vem.

 

Com o programa, não só a GWM, a indústria terá estímulos para desenvolver engenharia e localizar veículos eletrificados no Brasil. “É fundamental que o produto seja adequado à realidade do País.”

 

Ramos lembra que com o produto certo, a conta fecha. Ele usa como o exemplo o Haval H6, o primeiro modelo da marca a ser oferecido no mercado brasileiro. Em pouco mais de quatro meses, estabeleceu a liderança das vendas de carros híbridos, com mais de 5 mil unidades já emplacadas.

 

Em outubro ainda, a marca começará a trabalhar pelo Ora 03, modelo 100% elétrico que começará a ser vendido em novembro com entregas dezembro. Por outra frente, a GWM planeja trazer caminhão movido a célula de hidrogênio. “A última etapa da eletrificação que, nos veículos pesados, deverá ganhar escala para se tornar viável no futuro”. (AutoIndústria/Décio Costa)