Frota & Cia
Uma pesquisa da Mobiauto analisou as picapes e SUVs de 2021 que disponibilizam versões com motores a diesel ou flex no mercado nacional. Segundo o resultado, em média, as versões a diesel (13,63%) desvalorizando o dobro em relação às opções flex (6,16%).
Sete modelos foram incluídos: Chevrolet S10 Cabine Dupla, Fiat Toro, Jeep Compass e Renegade, Land Rover Discovery Sport, Toyota SW4 e Hilux Cabine Dupla. Já as versões escolhidas foram definidas a partir da apuração das mais ofertadas versus as mais acessadas na plataforma.
O economista Sant Clair de Castro Jr, que é consultor automotivo e CEO da Mobiauto, idealizou a pesquisa. “Nossa primeira intenção era prospectar a variação de preços de veículos ano/modelos 2022. Mas foi justamente nesse ano que dois veículos deixaram de oferecer motores flex: Toyota SW4 e Chevrolet S10. Apontamos nossa análise para os carros 2021, a fim de ampliar o leque de consultas”, explica.
A explicação
Segundo Sant Clair, o principal motivo foi o disparo do preço do diesel no Brasil. Logo, a ideia de que uma picape a diesel gerava autonomia e custo-benefício, cai um pouco por terra. Entretanto, ele lembra que o Brasil ainda valoriza os modelos a diesel.
“O Brasil ainda valoriza SUVs e picapes movidos a diesel, sobretudo no interior do País, a despeito desses resultados que favorecem os modelos flex nas grandes cidades. E isso tem explicações históricas. Ainda vivemos sob a lei de que ‘picape a diesel é cheque visado’, e que só modelos a diesel são capazes de encarar certos ambientes e oferecer a autonomia necessária para rodar por certas regiões”, cita.
Outro ponto que chama atenção é o desempenho dos Jeep’s. Isso é explicado na valorização intensa desses modelos durante a pandemia e a oferta abundante, agora, no mercado de seminovos.
“Já havíamos feito um levantamento como esse em 2022 e dois dos modelos que mais haviam valorizado no período de pandemia haviam sido o Renegade e o Compass. À época, os modelos zero km tinham subido muito os preços com a adoção dos novos motores para os modelos 2022. E isso ocasionou a elevação também dos seminovos, que chegaram a valorizar entre 2021 a 2022. Essa queda, agora, é uma acomodação de valores após o regime de exceção que vivemos, até por haver muita oferta de unidades desses dois modelos nas lojas de seminovos”, diz o CEO da Mobiauto. (Frota & Cia/Victor Fagarassi)