Venda de caminhões e ônibus elétricos e a gás patinam no Brasil

Estradão

 

A venda de caminhões e ônibus elétricos e a gás cresceu em agosto. Assim, no mês passado, foram emplacadas 28 unidades com motores alternativos ao diesel. Portanto, são 10 a mais do que em julho. Porém, na comparação com agosto de 2022, a queda é brutal – foram 65 a menos. Os dados são da Anfavea, associação que reúne as montadoras instaladas no País.

 

Conforme o vice-presidente da Anfavea, Gustavo Bonini, a queda está ligada à entrada em vigor do Proconve P8. Ou seja, a nova fase do programa de controle de emissões de veículos a diesel. De acordo com ele, com as atualizações os preços dos caminhões e ônibus a diesel subiram até 30%. Com isso, o executivo afirma que quem precisou renovar a frota, focou os investimentos nos veículos convencionais.

 

Porém, Bonini diz que as perspectivas para o segmento são positivas. Assim, ele afirma que mais empresas vêm buscando caminhões e ônibus menos poluentes. “É uma demanda da sociedade”, afirma o executivo. “E isso inclui o transporte de carga e passageiros.”

 

Caminhões a gás

 

Seja como for, em 2023 o retrocesso nas vendas é enorme. Sobretudo por causa da disparada no número de emplacamentos de caminhões e ônibus elétricos e a gás registrados entre 2020 e 2021. Na contramão do que os números indicam, as montadoras buscam mostrar novidades às transportadoras.

 

É o caso da Scania que, por ora, é a única que produz caminhões a gás no Brasil. A marca revelou, com exclusividade ao Estradão, que vai ampliar essa linha em breve. Nesse sentido, terá versões com motores a gás com 420 cv e 460 cv de potência. Segundo fontes da empresa, o lançamento deve ocorrer em fevereiro de 2024.

 

Scania vai lançar nova geração de motores a gás

 

Atualmente, a Scania vende caminhões a gás com três opções de potência. Ou seja, de 280 cv, 340 cv e 410 cv. Porém, esta será substituída pela de 420 cv. Conforme a empresa, um dos focos é o agronegócio. Entre os potenciais compradores estão produtores rurais de Mato Grosso. Afinal, a região recebe gás que vem diretamente da Bolívia, o que reduz o preço do combustível.

 

Volkswagen E-Delivery

 

No caso de caminhões elétricos, as perspectivas também são positivas. Segundo o gerente de estratégias corporativas da VWCO, Walter Pellizari, a empresa vai ampliar a produção neste ano e em 2024. A marca faz a linha E-Delivery no Rio de Janeiro. É uma tecnologia mais cara, mas que vem caindo (o preço) ao longo do tempo”, afirmou o executivo em entrevista à agência epbr.

 

Conforme Pellizari, o consumidor está vendo benefícios na eletrificação. Bem como percebeu que essa alternativa pode ser mais viável financeiramente do que veículos a diesel. Primeiro veículo 100% elétrico desenvolvido e produzido no Brasil, o E-Delivery foi lançado em 2021. (Estradão/Aline Feltrin)