Fenabrave desconversa sobre prazo de entrega de estudo ao governo

AutoIndústria

 

No início deste mês, mais exatamente no dia 2, a Fenabrave divulgou realease com o balanço das vendas de julho no qual confirmava que a entidade estava finalizando estudo sobre um plano sustentado de recuperação do setor automotivo. “Estamos finalizando esse estudo e esperamos apresentá-lo ao governo em breve”, dizia no texto, entre aspas, o presidente José Maurício Andreta Jr.

 

Nesta última quarta-feira, 23, após a abertura do 31º Congresso ExpoFenabrave, jornalistas perguntaram a Andreta se o estudo já estava pronto e qual seria a previsão de entrega do documento. O executivo e empresário desconversou sobre o prazo ao comentar que “em breve” pode ser uma semana, mais tempo ou dois anos.

 

Ele chegou a comentar que uma das ideias em estudo envolvia redução de impostos, mas ao final citou quatro pontos sobre a base do estudo: redução do preço do carro, manutenção da arrecadação do governo, desjudicialização de bens (retomada mais rápida do bem) e Renave (Registro Nacional de Veículos em Estoque).

 

Questionado se as montadoras não deveriam participar da conversa, visto que o mote era reduzir preço do carro, Andreta desconversou também. O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, estava no palco na solenidade de abertura, mas assim como o presidente do Sindipeças, Cláudio Sahad, não foi chamado para discursar, conforme previsto.

 

Andreta Jr. disse que foi uma questão do cerimonial do Presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, que apesar de ter presença na solenidade de abertura confirmada, acabou visitando a ExpoFenabrave no São Paulo Expo, na capital paulista, as 8h30 da manhã, retornando na sequência para Brasília antes das 11h, quando deveria começar a cerimônia.

 

Além de Andreta Jr, falaram apenas autoridades públicas, dentre as quais o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e o governador Tarcísio de Freitas.

 

O presidente da entidade falou em isonomia, pedindo o fim da histórica distorção que faz concessionária pagar mais para as montadoras do que outros clientes. “Não tá certo”, destacou, sem falar explicitamente dos altos descontos que a indústria concede às locadoras.

 

Ele também informou que Fenabrave e Anfavea estão discutindo uma segunda convenção de categoria econômica, conforme prevê a Lei Renato Ferrari, que rege a relação entre montadoras e concessionários no País.

 

A primeira é de 1983 e nesses 40 anos muita coisa mudou. “Eram quatro marcas, hoje são 50. Só tinha gasolina e diesel, hoje temos outras alternativas de abastecimento”, explicou Andreta, admitindo que a questão das vendas diretas pode ser contemplada nessa segunda convenção. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)