Por que a indústria de máquinas agrícolas projeta melhora nas vendas no segundo semestre

Zero Hora Online

 

A Expointer é um grande catalisador de negócios para a indústria de máquinas e implementos agrícolas. E é um fator representativo na projeção das fabricantes de um segundo semestre melhor do que o primeiro. A retomada no ritmo não deve, no entanto, fazer com que 2023 feche com resultado superior ao de 2022. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estima que haja um recuo em torno de 3,5% na comparação.

 

“Temos a expectativa de que no segundo semestre possamos recuperar, se não integralmente, parcialmente, a perda no primeiro. No Sul, a Expointer, com certeza, é um momento de compra, de comparação, de avaliação, que também deve ajudar”, disse Ana Helena Andrade, vice-presidente da Anfavea em entrevista ao programa Campo & Lavoura, da Rádio Gaúcha.

 

Essa queda sobre o ano passado, no entanto, não é vista com preocupação. Primeiro, porque se dá sobre uma base alta de comparação: foram 67,4 mil negociados em 2022, um aumento de 19,4% sobre 2021. Além disso, ingredientes novos neste segundo semestre prometem uma retomada nas vendas, freando a redução de 6,8% verificada nos primeiros seis meses. O corte na taxa básica de juro, por exemplo, já está sendo “capturado” nas linhas de financiamento de máquinas com juro livre, o que faz deste um momento de “expectativas otimistas para a indústria”, explica Ana Helena.

 

No primeiro semestre, a escassez de crédito atrapalhou o investimento a ser feito pelos produtores, conforme a executiva:

 

“O plano safra 2022/2023 (encerrado em junho) foi bastante crítico, talvez um dos mais críticos dos últimos anos, com financiamentos que se esgotaram em menos de 90 dias”.

 

Sobre a Expointer, ela reforçou que traz a oportunidade de concretizar negócios que já vinham sendo alinhavados, com bancos levando condições especiais e análise prévia feita, o que favorece a conclusão.

 

No ano passado, as propostas encaminhadas para a compra de máquinas e implementos durante a exposição no parque Assis Brasil, em Esteio, somaram R$ 6,6 bilhões. Para esta edição, que começa no próximo dia 26, os organizadores projetam ser possível igualar o resultado. (Zero Hora Online/Gisele Loeblein)