Motor 1
Quase 70 anos atrás, a Toyota começou a montar carros fora do Japão pela primeira vez. E o país escolhido foi o Brasil, com o Land Cruiser FJ-251, que foi batizado por aqui como Bandeirante. O utilitário segue vivo no mercado global e, após a estreia da versão LC 300, agora recebe uma configuração menor para alguns países como Estados Unidos.
É o substituto do Toyota Land Cruiser Prado, perdendo o sobrenome por aproveitar que o Land Cruiser 300 não é oferecido na América do Norte. Isto não significa que não tenha nada a ver com o irmão maior, pois é feito com a mesma plataforma TNGA-F, versão da arquitetura com longarinas, feita para picapes e utilitários. Na prática, funciona como um SUV baseado na picape Tacoma, da mesma forma que o SW4 é derivado da Hilux.
Em sua nova geração, o Land Cruiser é bem fiel à sua tradição, mas evoluiu em todos os outros aspectos. Medindo 4,92 metros de comprimento, 1,98 m de largura, 1,87 m de altura e 2,85 m de entre-eixos, o utilitário busca inspiração em seus antepassados, adotando linhas bem quadradas e um design funcional, entregando uma boa percepção dos arredores enquanto o carro estiver encarando uma trilha, por conta da frente, traseira e laterais serem praticamente perpendiculares ao solo.
A frente é caracterizada pelos faróis retangulares, usando iluminação diurna em LED circular no interior. Na parte central da grade está o nome “Toyota” escrito por extenso ao invés de usar a logomarca clássica, outra referência ao seu passado. No geral, tem um visual de caixote, algo incomum para os carros atuais.
Vendido nas versões de 5 e 7 lugares, o novo Land Cruiser tem um design funcional, apesar da quantidade grande de tecnologia embarcada. O painel de instrumentos é 100% digital, ao lado de uma tela larga para a central multimídia saltando para fora do console. A fabricante manteve os comandos físicos para o ar-condicionados, posicionados logo abaixo da multimídia. O console central conta com um carregador wireless para smartphones, controles para o diferencial traseiro e o seletor de modos de condução e da tração 4×4.
Terá duas opções de motores, dependendo do mercado. Na Europa, contará com uma motorização que conhecemos bem, com o 2.8 turbodiesel de 204 cv que aqui equipa a Hilux e o SW4, combinado a uma transmissão automática de 8 marchas. Em 2025, deve receber um sistema híbrido-leve de 48V. Já nos EUA, o SUV será vendido com o 2.4 turbo de quatro cilindros e abastecido com gasolina, com a tecnologia híbrida-leve, gerando 330 cv e 64,2 kgfm.
A Toyota diz que o novo chassi é 50% mais rígido enquanto a rigidez estrutural da carroceria aumentou em 30%, fazendo com que fique ainda melhor no off-road, sem deixar de ser confortável. Com as mudanças na carroceria e a articulação das rodas, o Land Cruiser é capaz de enfrentar trechos difíceis com simplicidade.
Para encarar as trilhas, recebeu tecnologias para ajudar nestas situações, como o Multi-Terrain Monitor, usando uma câmera de alta-definição para detectar o estado do chão à frente, automaticamente alterando algumas configurações de acordo, fazendo com que o Land Cruiser responda a quase todas as situações. Se for ficar só no asfalto, conta com assistências que estão ficando mais comuns hoje em dia, como controle de cruzeiro adaptativo, assistente de permanência em faixa, frenagem automática de emergência e mais.
O novo Toyota Land Cruiser iniciará a pré-venda em outubro na Europa e nos Estados Unidos. A fabricante diz que custará algo em torno de US$ 50 mil (R$ 239 mil). Como temos o SW4, que custa entre R$ 376.190 e R$ 436.890, seria difícil posicionar o Land Cruiser por aqui, por já entrar no segmento premium, o que faz com que as chances do SUV chegar ao país sejam quase nulas. (Motor 1/Nicolas Tavares)