Portal InfoMoney
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) teve nova deflação em julho, desta vez de 0,72%, após ter mostrado queda de 1,93% em junho, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (28) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com o resultado anunciado hoje, o índice acumula recuo de 5,15% no ano e queda de 7,72% em 12 meses.
A deflação foi um pouco mais forte que a projetada pelos analistas, que estimavam queda de 0,71% na comparação mensal.
Em julho de 2022, o índice tinha mostrado variação positiva de 0,21% e acumulava alta de 10,08% em 12 meses.
André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV, comentou em nota que o IPA continua registrando deflação em seus principais grupos, movimento que permanece influenciando o resultado do IGP. No entanto, ele ponderou que a intensidade destes movimentos está arrefecendo, pois importantes matérias-primas brutas começaram a registrar variações positivas ou menos negativas.
Os exemplo apontados foram o minério de ferro (de -2,21% para 2,96%), os suínos (de -7,03% para 3,46%) e o milho (de -14,85% para -4,95%).
IPA
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 1,05% em julho, desacelerando ante a queda de 2,73% observada em junho. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais caiu 1,06% em julho. No mês anterior, a taxa do grupo havia caído 1,22%.
A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de -10,56% para -7,71% no mesmo período.
O índice relativo a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, caiu 0,47% em julho, após queda de 0,39% no mês anterior.
A taxa do grupo Bens Intermediários registrou nova queda, também com menor intensidade, passando de -2,88% em junho para -1,19% em julho. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cujo percentual passou de -11,44% para -1,13%.
O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, caiu 1,20% em julho, contra queda de 1,39% em junho.
O estágio das Matérias-Primas Brutas caiu 0,90% em julho, após registrar -4,10% em junho. Contribuíram para a suavização da queda do grupo os seguintes itens: minério de ferro (-2,21% para 2,96%), milho em grão (-14,85% para -4,95%) e soja em grão (-4,32% para 0,03%).
Em sentido oposto, destacam-se os seguintes itens: café em grão (-5,49% para -13,63%), cana-de-açúcar (1,34% para 0,11%) e algodão em caroço (-0,05% para -7,07%).
IPC
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou +0,11% em julho. Em junho, o índice havia caído 0,25%. Quatro das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram acréscimo em suas taxas de variação.
A maior contribuição partiu do grupo Transportes, cuja taxa de variação passou de -1,68% para 0,70%. Nesta classe de despesa, o destaque veio do item gasolina, cujo preço variou +3,65%, ante -3,00%, na edição anterior.
Também apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os grupos: Educação, Leitura e Recreação (-0,55% para 1,15%), Alimentação (-0,33% para -0,15%) e Despesas Diversas (0,32% para 0,50%). Nestas classes de despesa, vale mencionar os seguintes itens: passagem aérea (-3,87% para 5,88%), hortaliças e legumes (-1,56% para 2,52%) e serviços bancários (0,00% para 0,63%).
Em contrapartida, os grupos Habitação (0,41% para -0,61%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,41% para 0,05%), Vestuário (0,42% para 0,00%) e Comunicação (0,14% para 0,10%) registraram decréscimo em suas taxas de variação.
Estas classes de despesa foram influenciadas pelos seguintes itens: tarifa de eletricidade residencial (1,37% para -2,83%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,07% para -0,68%), roupas (0,39% para -0,02%) e tarifa de telefone móvel (0,20% para 0,00%).
INCC
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,06% em julho, após alta de 0,85% em junho. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de junho para julho: Materiais e Equipamentos (-0,15% para -0,26%), Serviços (0,18% para 0,77%) e Mão de Obra (1,81% para 0,38%). (Portal InfoMoney/Roberto de Lira)