“Veículos autônomos e elétricos significam a mobilidade do futuro”

Jornal do Carro

 

Plataforma criada pela Abravei reúne informações baseadas na experiência do motorista de veículos elétricos e híbridos plug-in. Com pouco mais de um mês no ar, 11 modelos já foram avaliados.

 

Automóveis sem volante ou pedal já rodam em cidades ou estradas de países como Estados Unidos; muitos deles com passageiros a bordo

 

Alardeados como veículos do futuro, muitos carros autônomos já estão presentes no trânsito de algumas cidades ou estradas, em testes que já demostram o comportamento real desses sistemas. Uma das empresas que se dedicam fortemente a esse movimento é a General Motors, montadora que irá investir US$ 35 bilhões até 2025 no desenvolvimento de tecnologias que envolvem esses “carros robôs”. Para entender a evolução da empresa nesse campo, falamos com Elbi Kremer, diretor de engenharia da GM América do Sul. Confira.

 

Quando os veículos autônomos se tornaram realidade na empresa?

A visão da GM é de um futuro com zero acidente, zero emissão e zero congestionamento. Para isso, estamos investindo US$ 35 bilhões até 2025 em três importantes tecnologias de mobilidade: veículos atônomos, veículos elétricos e veículos conectados. Com esse foco, em 2017, lançamos o Super Cruise, o primeiro sistema global de auxílio à condução autônoma em estradas. Já em 2020, a empresa apresentou o Cruise Origin, um automóvel de nível máximo de autonomia e que não possui volante ou pedal. Há décadas, a GM oferece para seus carros sistemas que auxiliam o motorista, como é o caso do assistente de permanência na faixa, que alerta e é capaz de fazer correções no esterçamento do volante, na tentativa de manter o veículo na faixa em caso de distração, entre outros exemplos de recursos.

 

Quais são as principais evoluções tecnológicas dos autônomos?

A tecnologia dos veículos autônomos tem sido aprimorada desde o início dos testes. Em 2022, o serviço de robôs-táxis da Cruise na cidade de San Francisco, nos Estados Unidos, atendeu 26.000 passageiros, rodando mais de 1.300 quilômetros com média de ocupação de 1,9 pessoa por corrida. Vale reforçar que 94% das pessoas disseram confiar na tecnologia depois de experimentá-la. Existem vários níveis de veículo autônomo, numa escala de 1 a 5. No mais alto, o carro não possui volante nem pedais, caso do Origin, modelo desenvolvido em parceria com sua subsidiária Cruise, com previsão de chegar ao mercado neste ano. Mas a tecnologia que usa radares, câmeras e sensores para dispensar a necessidade do motorista começou a ser utilizada, em caráter experimental, em 2016, em unidades adaptadas do elétrico Chevrolet Bolt EV. A GM possui o Super Cruise, sistema de condução semiautônomo, próprio para estradas e que faz ultrapassagens automaticamente. Atualmente, mais de 600 mil quilômetros de rodovias pelos Estados Unidos e Canadá já estão mapeados para o seu funcionamento: basta apertar um botão e o carro dirige sozinho. Uma câmera no volante monitora se o condutor continua atento ao trânsito para reassumir em casos de emergência. O Super Cruise está sendo trazido para 22 veículos GM neste ano, além de uma versão mais avançada, o Ultra Cruise, que funcionará, também, em perímetros urbanos.

 

O que pode ser destacado de melhorias na segurança?

Desde que os veículos autônomos começaram a ser projetados, a preocupação com a segurança é constante, pois o impacto das soluções também pode ser mensurado pela confiança dos motoristas. Um exemplo de evolução tecnológica é o serviço comercial sem motorista da Cruise, lançado, em 2022, em San Francisco, Phoenix e Austin, marcado pelo relatório de segurança mais abrangente e transparente da indústria e o progresso realizado para obter aprovação federal para operar comercialmente. Outro exemplo é o Origin, o primeiro veículo elétrico e autônomo que usa algoritmos avançados para prever e responder ao movimento das pessoas ao redor do automóvel, tendo como premissa a segurança. Dentre as melhorias implementadas no Cruise, destaque para a fivela com um recurso que garante que os cintos de segurança dos ocupantes estejam afivelados, antes de iniciar a direção, para as portas deslizantes para facilitar a entrada e a saída do veículo, bem como evitar risco de acidentes com outros automóveis, motocicletas ou ciclistas, além dos sensores posicionados nos cantos superiores para otimizar as linhas e aumentar o campo de visão dos ocupantes.

 

Como a GM enxerga o futuro dos autônomos no Brasil e no mundo?

Acreditamos que os autônomos são a mobilidade do futuro, assim como os elétricos. A indústria automotiva está vivendo a maior transformação dos últimos 100 anos, com os automóveis dando um salto evolutivo expressivo. O desenvolvimento de novas tecnologias viabilizou a chegada de uma nova geração de veículos elétricos, de sistemas mais avançados de condução autônoma e de conectividade, que são pilares fundamentais para a concretização da visão de futuro da empresa de zero acidente, zero emissão e zero congestionamento. Os autônomos também estão cada vez mais próximos: investimentos privados, políticas públicas e ganhos de escala reduzem custos de produção e possibilitam a massificação desses recursos na frota global. Exemplo disso são as tecnologias semiautônomas já aplicadas nos veículos atuais, como frenagem automática de emergência, assistência de manutenção na faixa de rodagem e alerta de ponto cego, já disponíveis na linha de automóveis Chevrolet no Brasil, para proporcionar mais segurança aos clientes da marca e ajudar a diminuir o número de acidentes de trânsito. (Jornal do Carro/Daniela Saragiotto)